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Especialista italiano em Biotecnologia Ambiental apresenta o Smart Plant, ação pioneira de gerenciamento de redes de esgoto desenvolvida na União Europeia

A ideia central é mostrar como as indústrias químicas podem recuperar produtos e matérias-primas e reutilizá-los sem prejuízo para a cadeia produtiva, gerando economia financeira e benefícios incalculáveis para o planeta

A convite da Italian Trade Agency, o Ph.D em Biotecnologia Ambiental e professor da Universidade de Verona, Francesco Fatone apresentou na terça-feira (16), primeiro dia da 27 ª Fenasan – Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, o projeto Smart Plant, um inovador sistema de gerenciamento de águas de redes de esgoto municipais, que prevê transformar as estações de tratamento de grandes cidades europeias em biorrefinarias urbanas, usando o conceito de economia circular – sistema reparador, regenerativo, para manter produtos, componentes e materiais em circulação, tirando seu máximo valor e utilidade.

Além de permitir o reúso da água, o modelo vai recuperar recursos como celulose, biopolímeros e fertilizantes. “A ideia central é mostrar como as indústrias químicas podem recuperar produtos e matérias-primas e reutilizá-los sem prejuízo para a cadeia produtiva, gerando economia financeira e benefícios incalculáveis para o planeta”, explicou Fatone.

Lançado em junho desse ano pelos pesquisadores da Universidade de Verona e com duração prevista até 2020, o projeto teve investimentos de € 10 milhões e envolve países como Itália, Espanha, Holanda, Inglaterra, Alemanha e Israel.

“Trata-se de uma grande ação de inovação e pesquisa que vai sair dos laboratórios científicos para ser trabalhada em larga escala não apenas do ponto de vista tecnológico, mas para melhorar a vida das pessoas”, afirmou o especialista. Segundo ele, o projeto vai adaptar – e não criar – sistemas de gerenciamento de esgotos municipais já existentes e terá quatro pilares centrais: a economia circular, o monitoramento robótico, a gestão de resíduos urbanos e a integração dos sistemas de tratamento de águas.

Para desenvolver o Smart Plant, a Universidade de Verona criou um grande consórcio que envolve 25 parceiros, 18 empresas de pequeno, médio e grande portes e sete universidades. Segundo Fatone, até 2020, sob a gerência das instituições de ensino, as companhias envolvidas terão a possibilidade de recuperar a integralidade de seus produtos e reutilizá-los. O modelo estará pronto para ser repetido em outras economias na Ásia, Oriente Médio e América Latina.

A iniciativa está dividida em três etapas. A primeira, que se estende até 2018, é de desenvolvimento e demonstração tecnológica, a segunda, de recuperação dos recursos e a terceira, de colocá-los efetivamente no mercado. “Antes de recebermos o investimento da comissão europeia foi feito um detalhado plano de negócios, que garante o crescimento, a economia de energia e recursos e a geração de empregos”, destacou Fatone. “Temos tecnologias disponíveis para promover essa mudança de paradigma. Os grandes desafios são de caráter legal, social e de modelo de negócio”, concluiu.

Só a Itália, que gerencia cerca de 440 mil km de redes de esgoto por meio de 18 mil estações de tratamento, vai investir, nos próximos 30 anos, cerca de € 30 bilhões no tratamento de esgotos municipais.

Sobre a Italian Trade Agency

ITA – Italian Trade Agency – www.ice-sanpaolo.com.br
Instituição governamental que promove a internacionalização das empresas italianas e seus consórcios de exportação. Fornece ampla gama de serviços, como a identificação de possíveis parcerias, organização de encontros de negócios e realização de missões de empresários brasileiros à Itália. Também coordena pavilhões e feiras internacionais, além de promover fóruns e seminários com a presença de especialistas. Tem sede em Roma e atua internacionalmente por meio de uma ampla rede de escritórios ligados às embaixadas e consulados italianos.

Fonte: Exame

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