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Diagnóstico do SNIS aponta alto índice de perdas na distribuição de água e desafios para universalização

Diagnóstico do SNIS aponta alto índice de perdas na distribuição de água e desafios para universalização

Relatório do Ministério das Cidades mapeia infraestrutura nacional, revelando o impacto do desperdício em redes ocultas e a necessidade de modernização do sistema de saneamento

O Ministério das Cidades divulgou o mais recente Diagnóstico Temático de Serviços de Água e Esgoto, consolidado pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). O documento oficial apresenta um panorama detalhado da infraestrutura sanitária brasileira, evidenciando que, embora haja avanços na cobertura do abastecimento, o índice de perdas na distribuição continua representando um dos maiores entraves técnicos e financeiros para o setor.

Os dados compilados indicam que uma fração considerável da água potável produzida não chega aos hidrômetros das residências e comércios. Esse volume perdido, classificado como perdas físicas e comerciais, deriva majoritariamente de vazamentos em tubulações envelhecidas, falhas de medição e ligações irregulares, gerando um déficit de eficiência que pressiona os custos operacionais das companhias estaduais e municipais.

Sobre a complexidade técnica de identificar essas falhas na malha urbana, a detecção precisa torna-se fundamental para a redução dos índices de desperdício.

“Muitas vezes o desperdício ocorre de forma silenciosa no subsolo ou em instalações internas, e quando o problema se torna visível, o volume de água perdido já gerou um prejuízo considerável tanto para o sistema público quanto para o consumidor”, explica Felipe Miguel, técnico especialista na FB Caça Vazamentos.

Nas grandes metrópoles, a densidade demográfica agrava a dificuldade de localização dos pontos de ruptura sem causar danos estruturais. A procura por serviços de caça vazamento na zona sul e em outras regiões adensadas tem crescido justamente pela necessidade de métodos não destrutivos, que trazem uma solução técnica para o desafio de como achar vazamento de água subterrânea com precisão, preservando a integridade dos imóveis.

O levantamento do SNIS também expõe as disparidades regionais no acesso aos serviços de coleta e tratamento de esgoto. Enquanto as regiões Sul e Sudeste apresentam indicadores mais robustos, o Norte e o Nordeste ainda enfrentam desafios significativos para cumprir as metas de universalização estipuladas pelo Novo Marco Legal do Saneamento, demandando aceleração nas obras de infraestrutura básica.

No tocante aos investimentos, o relatório monitora os recursos aplicados na expansão e melhoria dos sistemas. Observa-se um movimento crescente de parcerias e contratos de concessão visando a modernização do parque instalado, com foco prioritário na substituição de redes de distribuição obsoletas, que são as principais responsáveis pelas perdas físicas relatadas no diagnóstico nacional.

O consumo médio per capita de água também foi objeto de análise, demonstrando variações influenciadas por fatores climáticos e sazonais. O documento sugere que a gestão eficiente da demanda pelo lado do usuário, aliada ao combate rigoroso às perdas reais na rede, compõe a estratégia necessária para assegurar a disponibilidade hídrica diante de cenários de escassez.

Por fim, o Ministério das Cidades reforça que a integridade dos dados fornecidos ao SNIS é crucial para o desenho de políticas públicas. O diagnóstico serve como ferramenta técnica para que gestores públicos direcionem verbas de forma assertiva, priorizando ações que aumentem a eficiência operacional e garantam a sustentabilidade econômica e ambiental da prestação dos serviços de saneamento.

Fonte: Jornal do Brás


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