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Obra para despoluir trecho da baía Norte de Florianópolis deve começar em janeiro de 2018

Despoluição de trecho de 3,5 km na avenida Beira-Mar Norte será executada por consórcio que venceu edital ao custo de R$ 17 milhões.

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Água que sai das 22 galerias do trecho entre a Ponta do Coral e o GBS será tratada – Flávio Tin/ND

A primeira semana de 2018 deve começar com a mobilização das empresas Fast Tecnologia Industrial e Construtora Fonseca e Oliveira, que formam o Consórcio Fast e venceram o edital para despoluir o trecho de 3,5 km da baía Norte, na avenida Beira-Mar Norte. A previsão é assinar a ordem de serviço em janeiro e também começar a execução da obra, que deve estar pronta para a próxima temporada de verão.

Casan

De acordo com a assessoria de imprensa da Casan, a expectativa é terminar os trabalhos em setembro de 2018. Os meses seguintes, entre outubro e novembro, serão de ajustes, testes e de coletas da Fatma (Fundação do Meio Ambiente), que indicará se a região estará balneável ou não. Para que isso ocorra, são necessárias cinco coletas seguidas no local, das quais quatro devem apresentar baixos níveis de bactérias. Pelo edital, o consórcio terá 390 dias para executar a obra.

As empresas vencedoras da licitação foram confirmadas no dia 21 de dezembro.

O trabalho será realizado por R$ 17,039 milhões. A Fast Tecnologia Industrial, de Capinzal (Oeste catarinense), construiu a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) de Canasvieiras e, na avenida Beira-Mar Norte, será responsável pelas questões mais estratégicas da obra. A Construtora Fonseca e Oliveira, de Florianópolis, deverá cuidar da execução das obras civis, como a implantação do sistema de esgoto sanitário complementar.

Anunciada pelo presidente da Casan, Valter Galina, e pelo prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (PMDB), em outubro deste ano, a despoluição de um trecho da baía Norte é promessa há décadas na cidade. Agora, a expectativa é que em menos de um ano a promessa saia do papel.

A proposta é tratar a água que sai das 22 galerias, do GBS (Grupo de Busca e Salvamento) até a Ponta do Coral. Para isso, será construída uma URA (Unidade Complementar de Recuperação Ambiental) – similar a que foi feita na foz do rio do Brás, em Canavieiras.

Tratamento de 13 milhões de litros por dia

A URA da Beira-Mar Norte deverá tratar quase 13 milhões de litros de água por dia e será construída onde já existe uam estação de tratamento da Casan, em um dos bolsões da avenida. Segundo o engenheiro da Casan, Alexandre Trevisan, a despoluição consiste em três importantes etapas: coleta da drenagem em tempo seco, transporte até a URA e tratamento.

Florianópolis tem hoje 100% da rede coletora de tratamento de esgoto na região central, mas outros fatores causam a poluição da baía. Em áreas de altíssimo adensamento urbano, os coliformes fecais são encontrados nas galerias. Além disso, as ligações irregulares também estão presentes em 50% dos imóveis, segundo estimativa da Casan e da prefeitura.

O engenheiro Alexandre Trevisan explicou que a grande incidência de bactérias está em locais mais próximos da costa. “A 200 metros da praia já temos uma situação bem próxima da qualidade da água pelos padrões da Fatma. Assim, trataremos as águas das galerias com a instalação de cerca de 20 pequenas estações elevatórias que vão bombear até a URA, onde retiraremos a turbidez e o material sólido, junto com as bactérias, que são os indicadores de balneabilidade”, explica.

AS TRÊS ETAPAS

Coleta da drenagem em tempo seco

As drenagens identificadas serão desviadas para um sistema de bombeamento e transporte através de bombas que serão dimensionadas para condições de tempo seco ou pouca chuva (80% a 90% do tempo). Em condições de chuvas intensas o sistema continuará coletando a vazão de projeto, porém o excedente será descartado de forma a evitar alagamentos. Válvulas e dispositivos de retenção de fluxo irão interceptar e direcionar a água presente nas drenagens para cerca de 20 estações de bombeamento que alimentarão uma tubulação que transportará essa água com os poluentes para a URA.

Transporte até a URA

Uma tubulação enterrada e sob pressão receberá todas as contribuições das estações de bombeamento e encaminhará a água para a URA. A tubulação será de polietileno e nela existirão dispositivos de segurança para evitar o retorno da água e garantir que tudo que for bombeado chegará à URA.

Tratamento da água

Uma unidade com capacidade para tratar de 30 a 150 litros por segundo será instalada próxima à estação elevatória existente na Beira-Mar Norte. A unidade deverá ser capaz de retirar o material em suspensão presente na água e remover os organismos indicadores de contaminação que prejudicam a balneabilidade. Aqui serão feitos dois processos: a flotação por ar dissolvido e a desinfecção por ultravioleta. A flotação remove o material em suspensão clarificando a água.

Nesse material ficam retidos alguns microorganismos, além de parte da matéria orgânica e dos nutrientes. A desinfecção por ultravioleta elimina, por meio da radiação, as bactérias presentes na água, destruindo o material genético. Após estes processos, a água será devolvida ao mar, sem os coliformes fecais.

FELIPE ALVES, FLORIANÓPOLIS
Fonte: Notícias do Dia – Florianópolis

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