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Efeitos naturais são desafio para tratamento de água

Em 2016, foram gastos cerca de R$ 56 milhões para tratar a água. No ano passado, o número passou para R$ 86 milhões. O aumento é de 53%

(Foto: José Leomar)

A rede de monitoramento da qualidade de água da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) realiza análises trimestrais em 155 reservatórios. No último relatório, período de 1º de outubro de 2017 a 31 de dezembro de 2017, o órgão diagnosticou que a problemática da eutrofização foi preponderante na realidade dos reservatórios cearenses. A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), por sua vez, possui o desafio maior em dosar químicos e investimentos. Em 2016, foram gastos, aproximadamente, R$ 56 milhões para tratar a água. No ano passado, o número passou para R$ 86 milhões. O aumento é de 53%.

Eutrofização

A eutrofização é o fenômeno visível no crescimento excessivo de plantas aquáticas, para níveis que afetam a utilização normal e desejável da água. O fator substancial para este aumento é maior concentração de nutrientes como o nitrogênio e fósforo. Conforme o documento da Cogerh, as principais fontes de nutrientes são as descargas de esgotos domésticos e industriais; ausência de partículas de solos contendo nutrientes, em decorrência de erosão hídrica; presença de gado, principalmente no entorno do reservatório e a exploração de piscicultura intensiva no espelho d’água de açudes, além da seca.

Os dados são relativos aos 67 reservatórios com laudos entregues até o início de janeiro de 2018, havendo ainda 46 reservatórios com classificação pendente – em função da entrega dos resultados laboratoriais. Conforme o gerente de desenvolvimento operacional da Cogerh, Walt Disney Paulino, responsável pelo monitoramento quantitativo e qualitativo da água bruta, os laudos da Cogerh servem para subsidiar a Cagece nos dados de quanto deve ser investido para tratar cada repasse de recurso hídrico. “O grande problema dos reservatórios em regiões do Semiárido é a questão da eutrozação. A concentração de nutrientes ocasiona problemas de águas e demais plantas aquáticas. É algo natural da região. Quando começa chover nesses reservatórios secos existe um movimento de terra nas águas”, explica o prossional.

Ações

Com a ausência de água nos reservatórios, a preocupação e os investimentos no tratamento dos recursos hídricos é maior por parte da Cagece. Segundo a Superintendente de Controle de Qualidade do órgão, Neuma Buarque, o tratamento é intensificado na quadra chuvosa devido a uma lavagem natural de locais que antes estavam secos.

“Não temos opção de água bruta de qualidade. Estamos tendo que tratar todo e qualquer açude, poço, lago, rio, mesmo estando em volumes baixos e sacrificando as Estações de Tratamento de Água”, Nenhuma lembra que a preocupação maior é encontrar água com um mínimo de qualidade.

“Vivemos em uma situação em que existe uma relação direta da quantidade pela qualidade. Atualmente, as águas que chegam às residências são adicionadas por diversos elementos químicos para deixar os níveis ideais para consumo humano. Nós passamos a água por diversos  processos exigidos pelo Ministério da Saúde”, esclarece.

Fonte: Diário do Nordeste.

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