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Cromatografia Líquida

A Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) é um dos tipos de cromatografia mais amplamente empregada. Dessa forma, suas Boas Práticas apresentam lógica semelhante às BPFs e BPLs, já que a técnica é extremamente importante no laboratório.

Mas o que é a Cromatografia Líquida? Por que é tão importante e tão utilizada? Prossiga com a leitura e entenda mais sobre esse processo!

 

O que é a Cromatografia Líquida?

“O princípio básico da cromatografia é a separação de certas misturas em duas fases: móvel e estacionária.”

Em resumo, a cromatografia se trata do processo de separação e identificação dos componentes presentes numa mistura imiscível. Dessa forma, a forma física do sistema é considerada, e pode ser dividida em: coluna e planar.

A cromatografia líquida faz parte do grupo colunar, podendo ser vista na forma clássica ou como Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). Sendo assim, a variação ocorre conforme os critérios de separação utilizados.

Enquanto, a Cromatografia Líquida de Alta Eficiência, conhecida como HPLC, é uma técnica que emprega elevadas pressões para forçar a passagem do solvente por colunas fechadas. Por isso, emprega-se na separação de moléculas solúveis na fase móvel.

Por trazer um solvente líquido na fase móvel, a cromatografia apresenta maior eficiência na separação, porque ela realiza separações e análises quantitativas de uma grande quantidade de compostos presentes em variadas amostras, como por exemplo:

— Pouco tempo;

— Alta resolução;

— Grande eficiência;

— Maior sensibilidade.

Sendo assim, as colunas fechadas são reaproveitáveis, o que permite a realização de várias separações individuais na mesma coluna!

Quais são as fases da cromatografia líquida?

A princípio, para entender o que é a cromatografia líquida, é necessário compreender as duas fases do seu sistema. A primeira é a fase estacionária, onde podem ser utilizados compostos sólidos ou líquidos.

— Os sólidos são geralmente substâncias absorventes, como por exemplo: sílica e carvão ativo, que se encontram “empacotadas” numa coluna, que será atravessada na fase móvel;

— Já o composto líquido é a película delgada.

A segunda é a fase móvel, onde se emprega solventes, como por exemplo: o metanol, acetonitrila e água. Sendo assim, essa mistura é conhecida como eluente que promove a separação dos componentes. Por isso, há dois tipos de eluições:

Isocrática, onde a composição da fase móvel se mostra constante durante a análise;

Gradiente, onde a composição se mostra alternada.

Quais são os tipos de cromatografia líquida?

A classificação da cromatografia ocorre conforme os modos de separação adotados na composição. E afinal, como é a escolha do tipo de cromatografia líquida? Ela tende a ocorrer pela sensibilidade e velocidade que precisa na aquisição dos resultados, porque as propriedades físico-químicas e forças intermoleculares acabam influenciando nesse processo.

Cromatografia de adsorção

Adsorção é quando ocorre a adesão de moléculas líquidas numa superfície sólida. Por isso, na cromatografia de adsorção, as substâncias são fortemente adsorvidas, desta forma, fica mais difícil para elas serem arrastadas na fase móvel.

Cromatografia de partição

Na cromatografia de partição, os componentes mais solúveis na fase estacionária são armazenados seletivamente por ela, porque os menos solúveis acabam sendo conduzidos de forma mais ágil na fase móvel.

Dessa forma, a partição é um dos modos de separação mais utilizados, sendo visto bastante na indústria farmacêutica e na indústria química.

Cromatografia de troca iônica

À princípio, na cromatografia de troca iônica, ocorre a troca de íons de mesmo sinal entre uma solução e um material insolúvel em contato com ela. Para que isso ocorra, o sólido precisa ter uma estrutura molecular aberta e com boa permeabilidade.

Portanto, a permeabilidade permite que os íons e as moléculas do solvente transitem livremente pelo sólido.

Cromatografia por exclusão

Na cromatografia por exclusão, o processo de separação ocorre pelo tamanho das moléculas dos componentes da amostra em solução.

Saiba mais também sobre a Cromatografia Gasosa!

   

Quais são os componentes do equipamento de HPLC?

No High Performance Liquid Cromatography (HPLC), a configuração dos equipamentos são mais complexos e caros. Sendo assim, eles precisam apresentar versatilidade, rapidez, reprodutibilidade, estabilidade e sensibilidade.

E afinal, quais são os principais componentes do equipamento de HPLC?

Reservatórios de solvente, onde gases dissolvidos e materiais particulados devem ser retirados. Por isso, se utiliza os desgaseificadores e o sparging, sistema onde os gases dissolvidos são arrastados para fora do solvente;

Bomba, que altera a velocidade de sucção e a vazão;

Válvula de injeção, é o local por onde a amostra é introduzida;

Colunas;

Detector, que pode ser um detector espectrofotométrico, de refração, de fluorescência, de espalhamento da luz, de espectrometria de massas e eletroquímico;

Sistema de aquisição dos dados, que costumam ser registradores, integradores ou microcomputadores.

Quais são as Boas Práticas de Cromatografia?

As Boas Práticas Cromatográficas são um conjunto de orientações, teóricas e práticas, para o melhor aproveitamento dos equipamentos e acessórios do HPLC. E quais são os cuidados? Confira os exemplos a seguir:

Diariamente

— Purificar cada canal onde ocorreu troca de solvente durante 5 minutos;

— Aquecer as lâmpadas por 1 hora antes do começo da análise;

— Equilibrar o sistema de análise por 15 minutos;

— Programar a limpeza do sistema após a análise;

— Purificar o amostrador do equipamento antes e depois do sequenciamento de amostras.

Semanalmente

— Realizar a limpeza do selo do pistão, utilizando solução com água e isopropanol;

— Lavar todos os canais com água durante 5 minutos;

— Inspecionar os filtros de solvente;

— Realizar a limpeza de fora dos módulos.

Devo realizar a manutenção preventiva do cromatógrafo líquido?

As manutenções preventivas devem ser realizadas para assegurar o melhor funcionamento do equipamento, porque sem elas, há o maior risco de desgaste dos componentes eletrônicos e das placas presentes no cromatógrafo líquido.

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Quais são as aplicações da Cromatografia Líquida na indústria?

Levando em conta principalmente a cromatografia de partição, a técnica tem diferentes aplicações na indústria:

1. Antibióticos, sedativos, esteroides e analgésicos;

2. Adoçantes artificiais, antioxidantes e aditivos;

3. Aromáticos condensados e corantes;

4. Pesticidas e herbicidas;

5. Aminoácidos, proteínas, carboidratos e lipídeos.

Portanto, a Cromatografia Líquida é vista na indústria farmacêutica e indústria química, principalmente. E por quê? É um dos métodos de separação mais eficientes em laboratórios!

Mais sobre este autor:

Ingrid Ferreira Costa

Ingrid Ferreira Costa é Founder & CEO da Biochemie – uma empresa de educação corporativa que prepara os Cientistas para o mercado de trabalho.

Foi uma das 100 escolhidas para participar do Programa de Aceleração de Creators do LinkedIn no Brasil. Ela é responsável por liderar a Divulgação Científica no LinkedIn e engajar comunidades que atuam nas áreas de Química, Biotecnologia e Ciência da Vida.

Ela possui formação nas áreas de Química, Ciências Farmacêuticas, Gestão da Qualidade e Cosmetologia.

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