A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) divulgou nota sobre o estudo da Escola de Saúde Pública, que detectou traços de agrotóxicos na água de Venâncio Aires e outros três municípios do Rio Grande do Sul: Frederico Westphalen, Lagoa Vermelha e Monte Belo do Sul, em amostras de 2016. De acordo com a estatal, a água fornecida pela Corsan à população é tratada e própria para consumo humano.
Segundo Corsan, quando são identificados os resquícios de agrotóxico, é intensificado o tratamento por meio de carvão ativado, que elimina ou reduz os níveis da substância
“De forma rigorosa e periódica, a Companhia analisa todos os parâmetros de potabilidade exigidos pela legislação (Portarias 2914/2011, do Ministério da Saúde, e 320/2014, da Secretaria Estadual da Saúde) por meio de laboratórios próprios e contratados acreditados junto ao Inmetro”, diz a nota.
A companhia ainda esclarece que controla a qualidade da água bruta (água sem tratamento, captada no manancial) e da água tratada em todos os sistemas atendidos. “Foi constatada a presença de herbicidas na água bruta em três dos quatro municípios citados (a exceção é Monte Belo do Sul, cidade não abastecida pela Corsan).”
Conforme a companhia, sempre que detectado esse tipo de produto, são intensificados os processos de tratamento por meio de carvão ativado, que absorve essas substâncias – eliminando-as ou reduzindo-as a níveis muito abaixo do permitido pela legislação.
Portanto, a incidência de herbicidas na água bruta não levou à presença desses produtos na água tratada em níveis sequer próximos dos valores máximos permitidos, devido ao controle e ao tratamento desenvolvidos pela Corsan”, informa a nota oficial.
O engenheiro químico Luciano Zini, especialista em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e orientador do trabalho que identificou resquíscios de agrotóxicos na água dos quatro municípios, esclarece que a amostra encontrada em Venâncio Aires foi pontual, do segundo semestre de 2016. Não houve registros das substâncias na água, nos primeiros semestres de 2016 e de 2017 – o resultado do segundo semestre do ano passado ainda não foi divulgado.
“É importante tranquilizar a população, para que continue bebendo água, pois buscar fontes alternativas pode ser ainda mais perigoso”, comenta, ao ressaltar a importância do controle que é realizado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), por meio do Vigiagua.
O trabalho foi desenvolvido pela engenheira química Juliane Rubbo, aluna da Residência Integrada em Saúde (RIS) da Escola de Saúde Pública da Secretaria Estadual da Saúde.