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Corsan adianta limpeza de reservatórios de água em Santa Maria/RS

Companhia nega relação com surto de toxoplasmose, mas serão coletadas amostras de água para análise laboratorial. Já foram confirmados 569 casos da doença na cidade.

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Trabalho de limpeza foi adiantado em uma semana na cidade que enfrenta surto de toxoplasmose (Foto: Reprodução/RBS TV)

Começou a ser realizada na segunda-feira (25) a limpeza dos reservatórios de água de Santa Maria, município do Centro do estado que enfrenta um surto de toxoplamose com pico de casos registrados entre março e abril.

Apesar de o ministro da Saúde ter afirmado, recentemente, que a contaminação se propagou pela água, investigações ainda são conduzidas para identificar a causa. São 569 casos confirmados.

O trabalho de limpeza é feito pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), e é realizado anualmente. Neste ano, porém, foi antecipado.

Limpeza e surto

A Corsan, no entanto, diz que o trabalho de limpeza adiantado não tem relação com o surto. Ainda assim, não descarta a contaminação da água.

Essa limpeza dos reservatórios seria feita na próxima semana. A superintendência da empresa justificou que os técnicos já haviam concluído um treinamento, e que estavam disponíveis para outra tarefa.

As amostras coletadas nos reservatórios serão encaminhadas para análise em um laboratório de Londrina, no Paraná. O trabalho de limpeza é acompanhado por técnicos do Centro Estadual de Vigilância em Saúde. Todos os 29 reservatórios serão esvaziados e limpos.

“Nesse processo de investigação, em que ainda não se descartou nenhuma hipótese, a Corsan foi demandada para, no processo de limpeza, realizar a coleta do lodo e da água que fica no fundo do reservatórios”, diz o superintendente regional da Corsan, José Epstein.

Polêmica

Na semana passada, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, disse que a água foi a responsável pela contaminação, sem detalhar de que forma isso teria acontecido, ou a extensão da contaminação que atingiu centenas de pessoas.

Em nota enviada após a declaração do ministro, a pasta explicou que uma série de fatores e hábitos de consumo estão sendo investigados para identificar a fonte de contaminação. Alguns já foram descartados, como consumo de carne suína, frango, carne bovina e frutas.

Até a revelação feita pelo ministro, a Secretaria de Saúde negava ter conhecimento da origem do surto. De acordo com a pasta, foram analisadas amostras de água da Estação de Tratamento da Corsan, de reservatórios de água nas residências de casos confirmados e no processo de um produtor de hortaliças.

No entanto, exames já feitos no laboratório de referência da Universidade Estadual de Londrina não confirmaram a presença do DNA de protozoário que causa a doença, o Toxoplasma gondii.

Em reunião realizada na segunda-feira (25) em Porto Alegre, autoridades sanitária informaram que equipes técnicas seguirão trabalhando na investigação, prevenção e atendimento aos usuário.

A doença

A toxoplasmose, cujo nome popular é doença do gato, é uma doença infecciosa causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii. Este protozoário é facilmente encontrado na natureza e pode causar infecção em grande número de mamíferos e pássaros no mundo todo.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia, a doença pode ocorrer pela ingestão de oocistos [onde o parasita se desenvolve] provenientes do solo, areia, latas de lixo contaminadas com fezes de gatos infectados; ingestão de carne crua e mal cozida infectada com cistos, especialmente carne de porco e carneiro; ou por intermédio de infecção transplancentária, ocorrendo em 40% dos fetos de mães que adquiriam a infecção durante a gravidez.

Sintomas

Em alguns casos os sintomas não se manifestam, mas podem ser:

  • Febre
  • Cansaço
  • Mal estar
  • Gânglios inflamados
  • O período de incubação da toxoplasmose vai de 10 a 23 dias quando a causa é a ingestão de carne, e de 5 a 20 dias quando o motivo é o contato com cistos de fezes de gatos.

Prevenção

A Sociedade Brasileira de Infectologia lista algumas medidas de prevenção:

  • Não ingerir carnes cruas ou malcozidas;
  • Comer apenas vegetais e frutas bem lavados em água corrente;
  • Evitar contato com fezes de gato. As gestantes, além de evitar o contato com gatos, devem submeter-se a adequado acompanhamento médico (pré-natal). Alguns países obtiveram sucesso na prevenção da contaminação intrauterina fazendo testes laboratoriais em todas as gestantes;
  • Em pessoas com deficiência imunológica a prevenção pode ser necessária com o uso de medicação dependendo de uma análise individual de cada caso.

Fonte: G1.

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