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Streptococcus A no Reino Unido: Chega a 15 o número de crianças mortas

Bactéria tem se espalhado com rapidez por escolas e Agência de Segurança da Saúde já recebeu mais de 600 notificações de infecções

Streptococcus A no Reino Unido: Bactéria tem se espalhado com rapidez por escolas e Agência de Segurança da Saúde já recebeu mais de 600 notificações de infecções

No dia 08 de Dezembro, a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA) divulgou que o número de mortes por Strep A subiu para 15.

Ao todo, 13 menores de 15 anos morreram na Inglaterra desde setembro, enquanto outras duas mortes foram registradas em Belfast e no País de Gales.

Segundo o site The National, os farmacêuticos alertaram para a escassez de antibióticos adequados, mas as autoridades contestam.

No início da semana, o ministro das escolas, Nick Gibb, disse que o governo considera distribuir antibióticos em escolas afetadas por surtos.

A bactéria streptococcus A pode causar amigdalite, escarlatina ou pneumonia e, embora em sua maioria resulte em infecções leves, às vezes a bactéria pode causar uma doença com risco de vida chamada streptococo invasivo do grupo A.

A UKHSA disse não haver indícios de nova cepa circulando no Reino Unido e que o aumento dos casos se deve a grande quantidade de bactérias circulando e ao aumento da mistura social.

A Agência relatou que em quatro meses recebeu 652 notificações de doença, o maior número dos últimos cinco anos.

O que é o Streptococcus do grupo A, bactéria que matou 6 crianças no Reino Unido

Geralmente, os quadros relacionados a essa bactéria são leves, mas algumas pessoas podem desenvolver sintomas mais graves.

Os incômodos mais comuns e menos preocupantes são dor de garganta e febre baixa.

Streptococcus do grupo A também pode causar escarlatina, marcada pela vermelhidão da pele, e febre reumática, que afeta articulações, coração e cérebro.

Na maioria das vezes, a doença é tratada com antibióticos e grande parte dos pacientes tem uma recuperação completa.

No entanto, em um número muito pequeno de casos, a infecção pode se aprofundar — e a bactéria vai parar nos pulmões ou na corrente sanguínea, por exemplo. Nessas situações, conhecidas como infecção invasiva por Strepcoccus, o quadro costuma ser mais grave.

Há uma série de sintomas que indicam uma enfermidade mais séria, como febre alta, falta de apetite, desidratação, alterações no comportamento e sonolência excessiva, aponta o médico Colin Brown, vice-diretor da Agência de Segurança em Saúde.

De acordo com o especialista, os pais devem procurar um serviço de saúde o mais rápido possível se notarem esses incômodos na criança.

“Certifique-se de conversar com um profissional de saúde se o seu filho estiver apresentando sinais de piora após um surto de escarlatina, dor de garganta ou infecção respiratória”, acrescentou.

No Reino Unido, a última alta temporada de infecções invasivas por Streptococcus do grupo A ocorreu em 2017 e 2018, quando foram registradas quadro mortes em crianças com menos de 10 anos.

No Brasil, não há estatísticas recentes sobre infecções invasivas relacionadas a esse micro-organismo em específico.

Em 2011, o Ministério registrou um surto do tipo no Distrito Federal, quando três crianças e um adulto morreram. À época, o Governo Federal disse que esses haviam sido os primeiros óbitos pela bactéria registrados no país.

Um estudo feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em 2006 detectou a presença dessa bactéria na garganta de 8 a 24% das crianças que frequentavam creches.

O aumento de mortes observado no Reino Unido provavelmente está relacionado a grandes quantidades do patógeno em circulação. Isso acontece por conta da retomada das atividades após o fim das restrições relacionadas à pandemia de covid-19, acreditam as autoridades em saúde.

A infectologista pediátrica Elizabeth Whittaker, professora do Imperial College London, explica à BBC News que, “durante os dois primeiros anos da pandemia, foram poucos os casos de Streptococcus do grupo A”.

“Ele começou a circular novamente em 2022, quando as restrições foram suspensas”, diz. Normalmente, vemos um grande número de infecções (do tipo) no final da primavera ou no início do verão (entre os meses de março e setembro no Hemisfério Norte), após surtos de catapora. Números altos nessa época do ano são incomuns e provavelmente ocorrem porque a sazonalidade normal ainda não voltou”, avalia a especialista.

“Tragicamente, quando há um grande número de infecções, os casos graves também aumentam. Estamos vendo agora mais quadros de pneumonia do que o esperado, provavelmente porque as infecções por Streptococcus do grupo A estão coincidindo com o pico dos vírus respiratórios de inverno, típicos desta época do ano”, conclui Whittaker.

Trata-se de uma bactéria que normalmente causa problemas na garganta ou na pele.

Muitas pessoas carregam o micro-organismo sem apresentar qualquer sintoma. Mesmo assim, acabam transmitindo o Streptococcus para outras pessoas, que podem ficar doentes.

Quais são as formas de transmissão?

A bactéria passa de uma pessoa para outra por meio do contato próximo ou através de tosses e espirros.

Os surtos às vezes acontecem em lugares como escolas e casas de repouso.

Quais são os principais sintomas?

Na maioria das vezes, os sintomas são leves: dor de garganta ou infecção de pele.

Esses incômodos costumam ser facilmente tratados por meio de antibióticos.

Mas os Streptococcus do grupo A podem causar uma série de outros problemas — e alguns deles são mais graves.

O principal é a escarlatina, que afeta principalmente crianças pequenas e costuma melhorar com o uso dos tais antibióticos.

Outro é a febre reumática, uma inflamação que afeta as articulações, o coração e o cérebro, normalmente fruto de uma infecção que não recebeu o tratamento adequado.

O que é escarlatina?

Trata-se de uma erupção cutânea que vem junto de sintomas semelhantes aos da gripe, como febre, dor de garganta e inchaço no pescoço (conhecido popularmente como “ínguas”).

Nesses casos, a pele também ganha um aspecto mais áspero, como de uma lixa.

Outra manifestação típica é a “língua de morango”, quando a aparência dessa parte do corpo lembra o fruto, num vermelho intenso e com pontinhos brancos.

O Streptococcus A é perigoso?

Em ocasiões raras, essa infecção pode gerar um quadro invasivo, em que a bactéria vai parar na corrente sanguínea ou nos pulmões.

Nessas situações, a enfermidade é mais preocupante e pode ser mortal.

A doença invasiva ocorre quando as bactérias são capazes de ultrapassar as barreiras imunológicas do corpo.

Isso acontece quando o indivíduo já está doente ou realiza tratamentos que prejudicam o sistema de defesa, como algumas terapias contra o câncer.

Os sinais de alerta de doença invasiva por Streptococcus incluem febre alta, acima dos 38 °C, dores musculares intensas, falta de apetite, vômito, diarreia, desidratação, alterações no comportamento e sonolência excessiva.

Nessas situações, é essencial buscar o suporte médico rapidamente.

Existe uma vacina?

Não. A melhor forma de combater a infecção é fazer o diagnóstico no tempo adequado e tomar os antibióticos prescritos pelo médico.

As principais formas de prevenção envolvem os cuidados básicos de higiene, como lavar bem as mãos, cobrir o nariz e a boca durante tosses e espirros e não compartilhar objetos de uso pessoal com alguém que está infectado.

Texto adaptado por: Denise Akemi F. Takahashi Trugillo
Para: Portal Tratamento de Água

Fontes: BBC e Jovem Pan


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