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Viabilidade de dessalinização da água do mar através de energia elétrica gerada por um conversor de energia de onda

Resumo

A população mundial já percebeu que é necessário uma mudança na matriz enérgica predominante, por isso fontes de combustíveis fósseis estão perdendo cada vez mais espaço, enquanto fontes de energia renovável estão recebendo mais atenção.

Dentre as fontes de energia renovável, a água é um recurso que ganha destaque devido a sua abundância, dois terços do planeta terra é composto por água, entre rios, oceanos e etc.

É notório o poder energético que os oceanos têm, entretanto, a forma de usufruir disto é o que vem motivando diversos estudos. No que tange a dessalinização da água do mar, sabe-se que métodos de integração flexíveis (fisicamente) e variadas estratégias de implantação podem fornecer importantes benefícios ambientais, hídricos e sociais, promovendo assim a sustentabilidade no binômio água-energia.

Este trabalho concentrará esforços para investigar o grande potencial da energia oceânica gerada para a dessalinização da água do mar, de forma indireta, em termos de energia elétrica gerada através de ondas de gravidade incidentes, que fica em torno 7kW, na costa do Rio de Janeiro.

Com essa potência instalada é possível produzir 0,6 m3/h de água potável a um custo nivelado em torno de R$ 23/m3.

Introdução

Com o passar dos anos a população mundial vem entendendo e aceitando cada vez mais que não é possível depender apenas do combustível fóssil. Em primeiro lugar, combustível fóssil uma hora vai acabar, mesmo que demore muitos anos, porém o mesmo é finito. Em segundo lugar, a poluição gerada por esta matriz energética é muito alta, é possível notar isto através da influência que isto tem nas mudanças climáticas.

Com isso, o mundo, de uma forma geral, está tendo mais atenção para matrizes energéticas menos poluentes, sustentáveis, confiáveis e abundantes. Os oceanos são uma solução, interessante e tentadora, para ser analisada.

Os oceanos tem sido foco de muito estudo quando se trata de energia. Isto se dá primeiramente pela sua abundância, 70% da superfície do globo é água do mar. Em seguida, porque, os fenômenos naturais provenientes dos mesmos, como correntes, marés, ondas de gravidade, diferentes taxas de salinidade e temperatura, que são resultados da influência da energia solar e do ciclo da lua, tem um potencial enérgico muito notável. Dito isso, diferentes estratégias vêm sendo propostas visando a exploração dessa energia, levando em consideração os fenômenos descritos.

O processo de formação dos fenômenos naturais nos oceanos, do ponto de vista de geração de energia, é bem interessante em comparação com a capacidade de geração de energia, por exemplo, eólica; isto porque, além da densidade de massa da água ser quase 1000 vezes a densidade do ar, as ondas de gravidade transportam, por dias, com o mínimo de dissipação, a energia dos ventos e tempestades, resultantes da radiação solar incidentem, na maior parte das vezes, no meio do oceano. Portanto, a energia a se obter, transportada pelas ondas de gravidade até a região costeira, torna-se mais previsível e mais confiável.

A energia das ondas de gravidade se distribuí em todo o globo. Locais com mais incidência de ventos geram mais ondas de gravidade, uma vez que estes dois fenômenos têm interação entre si. Isto faz com que, dependendo de como o vento atue, as ondas de gravidade tenham maior período e maior altura, logo sendo mais ou menos energéticas.O movimento das ondas do oceano pode ser aproveitado para produzir água doce usando uma combinação de energia das ondas e sistema de dessalinização. O potencial para usar a energia das ondas como fonte de energia é enorme; foi estimado em 8.000 80.000 TWh / ano. O alto potencial em combinação com a proximidade da fonte de energia e do produto final torna a energia das ondas uma técnica promissora para alimentar sistemas de dessalinização.

A escassez de água é um problema global agravante; bilhões de pessoas sofrem de escassez de água pelo menos algumas partes do ano. A escassez de água é comum em áreas remotas, por exemplo, nas ilhas.

As indústrias e a produção de energia podem depender de uma grande quantidade de água limpa . O acesso à água potável está no cerne do desenvolvimento sustentável, induzindo o crescimento social, econômico e ambiental. A meta das Nações Unidas para o acesso à água doce, descrita na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, é “garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água e do saneamento para todos”.

Autores: Danilo Ribeiro da Silva Corrêa.

 

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