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Monitoramento de trihalometanos em águas de abastecimento – via PURGE AND TRAP / CG / ECD: quantificação na saída das etas e na rede de distribuição

Resumo

As águas captadas de rios e lagos, quando utilizadas para abastecimento público, necessitam que sejam submetidas a um processo de desinfecção. A cloração (com cloro gasoso ou com hipoclorito de sódio) é o método mais utilizado na desinfecção de águas para fins de abastecimento público no Brasil. O cloro utilizado na desinfecção reage oxidando o material orgânico presente nas águas, formando uma série de subprodutos halogenados, dentre os quais os trialometanos (THM). Assim um estudo sobre a monitorização e determinação da concentração destes produtos nas redes de abastecimento se faz necessário, por serem considerados carcinogênicos. Assim, adotou-se o método cromatográfico (CG-ECD) aplicado com extração via PURGE AND TRAP, de alta freqüência analítica, baixo limite de detecção para a determinação dos trihalometanos, triclorometano (CHCl3), bromodiclorometano (CHBrCl2), dibromoclorometano (CHBr2Cl) e tribromometano (CHBr3). Nesse trabalho avalia o uso da amônia-cloração combinada, método que possibilita reduzir a formação de subprodutos no processo. Consistiu do monitoramento, por um período de 12 meses, sendo uma única coleta mensal e tem por finalidade, avaliar e determinar a formação de trialometanos em pontos da rede de distribuição e na saída das ETAs.

Introdução

As águas dos mananciais que abastecem os grandes centros consumidores, incluindo a região metropolitana de Campinas, tem por características a presença de material orgânico, nutrientes, oriundos de algas e de fontes poluidoras, fato que requer atenção constante no processo de tratamento de água. Estas águas, captadas para o processo de tratamento e abastecimento público, são submetidas ao processo de desinfecção.

Os desinfetantes empregados no processo de tratamento de água, devem destruir ou inativar os organismos patogênicos, não devem ser tóxicos aos seres humanos e animais domésticos e também não devem causar cheiro ou sabor nas águas. Além disso, devem ser disponíveis a baixo custo e oferecer condições seguras de transporte, aplicação, manuseio e armazenamento. A determinação de suas concentrações em amostras de água deve ser obtida por meio de métodos analíticos simples e os desinfetantes devem produzir residuais persistentes na água, assegurando desse modo a qualidade da água contra eventuais contaminações nas diferentes partes do sistema de abastecimento.

Desta forma a cloração (com cloro gasoso) é o método mais utilizado na desinfecção de águas para fins de abastecimento público no Brasil (DI BERNARDO, 2005). No entanto, entre os agentes químicos utilizados na desinfecção, em geral, empregam-se oxidantes tais como: cal clorada, hipoclorito de sódio, hipoclorito de cálcio, cloraminas (cloração mais amônia), ácido peracético, dióxido de cloro, ozônio, permanganato de potássio e peróxido de hidrogênio; e dentre os agentes físicos destacam-se o calor e a radiação ultravioleta (WHITE, 1999). A prática da cloração em águas de abastecimento introduzida no início do século XX vem gerando controvérsias desde o início de sua implantação, principalmente devido aos problemas relacionados a odor e sabor (WHITE, 1999).

Autores: Audinei Silva da Rocha; André Felipe de Oliveira e Ivânio Rodrigues Alves.

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