Diante do avanço das mudanças climáticas, do crescimento populacional e do aumento da demanda por recursos naturais, o reúso de água vem se consolidando como uma das estratégias mais eficazes para ampliar a disponibilidade hídrica, reduzir a captação de novos mananciais e mitigar os efeitos da escassez em diferentes regiões do país.
O conceito é simples: tratar e reutilizar a água proveniente de efluentes domésticos, industriais ou pluviais para fins diversos — desde irrigação e limpeza até processos industriais e recarga de aquíferos. Na prática, porém, o reúso ainda enfrenta uma série de desafios normativos, tecnológicos, econômicos e sociais que precisam ser superados para que a prática se torne mais ampla e sustentável.
Desafios e oportunidades no reúso de água
No Brasil, o marco regulatório do reúso ainda carece de uniformização. Embora existam normas estaduais e iniciativas municipais, a ausência de uma política nacional unificada gera insegurança jurídica e técnica para operadores e empreendedores. Além disso, o custo inicial de implantação de sistemas de reúso — especialmente os voltados ao tratamento terciário ou avançado — ainda é visto como uma barreira, principalmente em pequenos empreendimentos.
Outro ponto crucial é a aceitação social. Apesar de tecnicamente segura, a prática ainda enfrenta resistência por parte da população e até mesmo de alguns setores produtivos, muitas vezes associada a preconceitos sobre a origem da água reutilizada. Iniciativas de educação ambiental, transparência nos processos de tratamento e divulgação de casos de sucesso são essenciais para reverter essa percepção.
Reúso na indústria: eficiência, economia e competitividade
Na esfera industrial, o reúso já é uma realidade consolidada e representa uma vantagem competitiva. Empresas que adotam práticas de reúso conseguem reduzir custos operacionais, minimizar o consumo de água potável e diminuir o volume de efluentes descartados no meio ambiente — o que também significa menor passivo ambiental e maior conformidade com padrões ESG.
Como destaca o artigo “O reúso da água proporciona competitividade ao setor industrial”, publicado pelo Portal Tratamento de Água, as indústrias que investem nessa prática não apenas melhoram seus indicadores de sustentabilidade, mas também ganham resiliência diante de eventuais crises hídricas. Setores como o petroquímico, alimentício, têxtil e de papel e celulose já utilizam o reúso como parte central de suas estratégias de gestão hídrica.
Ciclo de vida e sustentabilidade: mais do que reutilizar, é preciso repensar
Quando se fala em reúso, é fundamental considerar o ciclo de vida completo dos sistemas, indo além do simples ato de reutilizar a água. Isso inclui a análise de consumo energético, a pegada de carbono associada ao tratamento, os custos de operação e manutenção, e o impacto ambiental total do sistema implantado.
Soluções sustentáveis devem equilibrar tecnologia e eficiência, garantindo que o reúso realmente contribua para a preservação dos recursos hídricos sem gerar novos impactos. Nesse contexto, o conceito de economia circular se torna cada vez mais relevante, transformando o efluente em um recurso valioso dentro de um ciclo produtivo mais inteligente e menos dependente de fontes naturais.
Compromisso com o futuro
Adotar o reúso de água é mais do que uma escolha técnica — é uma postura ética e ambientalmente responsável. Cada metro cúbico de água reutilizada representa menos pressão sobre os mananciais naturais e mais segurança hídrica para as futuras gerações.
Ao incorporar o reúso como prática contínua, empresas e gestores públicos contribuem para um modelo de desenvolvimento sustentável, baseado na eficiência, inovação e respeito ao meio ambiente
Fonte: elaborado por Portal Tratamento de Água com auxílio de IA.