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Produção de biogás com dejetos de suínos–efeito de energia líquida e ractopamina da dieta

Resumo: Objetivou-se avaliar os potenciais de produção de biogás de dejetos de suínos alimentados com dietas com diferentes níveis de energia líquida e ractopamina. Utilizou-se o delineamento em blocos casualizados (DBC) em esquema fatorial 2×5 (0 e 10 ppm de ractopamina e 2300; 2425; 2550; 2675 e 2800 kcal kg-1 de energia líquida). Utilizaram-se biodigestores semicontínuos de bancada com tempo de retenção hidráulica (TRH) de 30 dias e cargas diárias por 90 dias. Foram mensuradas semanalmente as produções de biogás e efetuadas análises de pH, nitrogênio amoniacal, alcalinidade, nitrogênio total e fósforo total. Os resultados das análises de monitoramento mostraram que não houve riscos de falência do processo de biodigestão anaeróbia. Não houve interação entre os níveis de energia líquida e as concentrações de ractopamina, e não houve efeito de suplementação com ou sem ractopamina na produção e nos potenciais de produção de biogás (média de 0,07723 m3 kg-1 de dejetos). Constatou-se aumento linear (p< 0,05) para a produção e potenciais de produção de biogás dos dejetos à medida que os níveis de energia líquida nas dietas aumentaram. O fornecimento da ractopamina para os suínos não interfere nos potenciais de produção de biogás por seus dejetos. Maiores potenciais de produção de biogás são obtidos quando são utilizados dejetos produzidos por animais que receberam maiores níveis de energia líquida.

Introdução: A demanda por carnes mais magras é uma realidade no Brasil e no mundo. Diante disso, aditivos têm sido utilizados na nutrição de suínos com o intuito de melhorar o aproveitamento dos nutrientes pelos animais, reduzir o teor de gordura na fase de terminação e reduzir a quantidade de nutrientes excretados. Dentre os aditivos comumente utilizados, destaca-se a ractopamina, um agonista beta-adrenérgico, cuja função é repartidora de nutrientes, pois possui capacidade de alterar o metabolismo animal, bloqueando a lipogênese, estimulando a lipólise, aumentando, assim, a deposição de proteína e reduzindo a de gordura (Agostini et al., 2011; Almeida et al., 2012). Em geral, a ractopamina tem proporcionado redução na espessura de toucinho, aumento do ganho de peso, a deposição de tecido muscular, o rendimento de carcaça e consequentemente, melhorando a eficiência alimentar (Almeida et al., 2010). Ajustes nutricionais nas formulações de dietas precisam ser feitos para que a ractopamina expresse seu máximo benefício (Jacela et al., 2009). Uma alternativa para maximizar a ação da ractopamina é a adequação dos níveis energéticos e, então, formulações de dietas com base na energia líquida pode atender melhor as exigências energéticas dos animais. Mesmo com a utilização de aditivos e o balanceamento das dietas pelo conceito de energia líquida, os nutricionistas e produtores vêm enfrentando problemas com o destino dos dejetos gerados pelos animais que apresentam alto poder poluente. As quantidades de fezes e urina são afetadas por fatores zootécnicos, como tamanho, raça, sexo e atividade, fatores ambientais como temperatura e umidade e fatores dietéticos como digestibilidade, conteúdo de fibra e proteína (Bordim et al., 2005). Desta forma a (…)

Autores: Coca, F.O.C.G.; Xavier, C.A.N.; Andrade, W.R.; Arruda, L.D.O.; Gonçalves, L.M.P.; Kiefer, C. e Santos, T.M.B.

Leia o estudo completo: producao-de-biogas-com-dejetos-de-suinos-efeito-de-energia-liquida-e-ractopamina-da-dieta

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