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A verdade sobre plástico verde e a solução encontrada por uma pesquisadora brasileira

Plástico Verde

Em 2020 a ONU publicou números impressionantes, mais de 5 trilhões de sacolinhas plásticas são descartadas ao ano só no Brasil, isso equivale a uma média de descarte de 1,5 milhão por hora

A verdade sobre plástico verde e a solução encontrada por uma pesquisadora brasileira

Após a proibição do uso de sacolinhas em algumas cidades e a venda em outras, como São Paulo Capital, diversas empresas buscaram soluções para o uso do plástico biodegradável. 

A verdade sobre plástico verde e a solução encontrada por uma pesquisadora brasileira

Uma das soluções apresentadas é o chamado “Plástico Verde“, uma tecnologia que usa a cana de açúcar na fabricação do material que se assemelha muito ao plástico comum, na verdade se assemelha até demais! De acordo com a professora Elen Aquino, (Unifesp)  coordenadora de uma pesquisa junto ao RCGI   USP ainda que a fonte da matéria, cana de açúcar, economize recursos fósseis, a composição final desse plástico exibe os mesmos problemas que o plástico comum, tanto no tempo de decomposição, como também na degradação em microplástico.  

Então entendemos que mesmo que de certa forma a produção do plástico seja sustentável, o descarte continua sendo o verdadeiro vilão. Por isso muito dos plásticos verdes ou ditos “biodegradáveis” não são substitutos realmente sustentáveis ao plástico comum. Ainda que a matéria prima seja natural e renovável. 

Mas então, qual a solução?

Pensando nessa problemática, Elen Aquino coordenou uma pesquisa que em 2022 encontrou uma fonte renovável de matéria prima produzida por micro-organismos (cianobactérias) encontrados em um mangue na Baixada Santista, litoral sul de São Paulo. Portanto, de modo leigo, esses micro-organismos funcionam como plantas, fazendo fotossíntese, e uma de suas fontes de alimento (substrato) é o gás carbônico (CO2). 

Essas cianobactérias, além  da fixação do CO2, em condições específicas, geram de forma intracelular, os PHAs, um material similar ao polipropileno,   porém completamente biodegradável, inclusive em ambientes não controlados. Através desse processo biotecnológico seria possível produzir embalagens para a indústria cosmética. Também para a alimentícia, médica e até mesmo para descartáveis, os famosos plásticos de uso único (copinhos, pratinhos, garrafas, etc).  

E por que não trabalhamos apenas com esse meio de produção de plástico verde?

cultivo desses micro-organismos é até considerado simples, sendo a extração da matéria prima realizado em apenas uma etapa. No laboratório, essas cianobactérias crescem em reatores bioquímicos, em um ambiente controlado com luz contínua para forçar a fotossíntese. Para escalonar essa produção, seria necessário haver um investimento em pesquisa e tecnologia, para  então ser possível adaptar as cianobactérias às grandes indústrias. 

Essa tecnologia não é tão barata quanto o combustível fóssil. Porém quando pensado na biodegradabilidade, na economia de petróleo e na baixa pegada de carbono, a produção acaba compensando em longo prazo. E dessa forma teríamos um plástico realmente sustentável, que se biodegrada rapidamente, sem os impactos ambientais que os plásticos comuns causam.

Fonte: VOICE OF THE OCEANS


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