BIBLIOTECA

Monitoramento e avaliação dos parâmetros pH e CE da água subterrânea de poços tubulares utilizados para abastecimento no município de Carlos Barbosa (RS)

Resumo

Neste trabalho são apresentados dados de pH e CE obtidos com o monitoramento de dois poços tubulares, que captam água do Sistema Aquífero Serra Geral e que estão localizados no município de Carlos Barbosa. Foram realizadas coletas semanais de água subterrânea nesses dois poços, por um período de 15 meses. Os dados obtidos foram analisados e comparados com os volumes de chuva e os volumes bombeados pelos poços. Os resultados indicaram que há variações dos valores encontrados para os diferentes parâmetros com o tempo, sendo que numa análise semanal não há uma correlação clara entre os volumes de chuva e os valores de pH e CE. No entanto, numa análise envolvendo períodos maiores de tempo, observou-se que há uma tendência para diminuição das médias de pH e CE com a diminuição dos volumes precipitados. No caso dos volumes bombeados pelos poços, foi identificada uma tendência de diminuição das médias de pH e CE com o aumento dos volumes que são bombeados dos poços.

Introdução

A composição da água subterrânea é influenciada por diferentes fatores como: tipo de aquífero e litologia associada; fluxo e tempo de residência da água subterrânea; processos físico-quimicos e biogeoquímicos, que ocorrem tanto na zona saturada como não saturada; misturas de águas entre diferentes aquíferos; entre outros. Além disso, a composição pode ser alterada por atividades antrópicas, responsáveis pela contaminação da água subterrânea (MESTRINHO, 2008).

Azevedo et al., (2014), em estudo realizado no aquífero livre intergranular, localizado na região sul do estado de Tocantins, identificaram que as variações do pH (período chuvoso e seco) tem influência no comportamento do carbonato de cálcio (processos de solubilização e precipitação). Também identificaram que os tipos e os graus de evolução dos solos afetam a mineralização das águas subterrâneas, sendo que em solos jovens há ocorrência de águas pouco mineralizadas, enquanto que em solos mais desenvolvidos há um aumento do conteúdo de elementos dissolvidos.

A recarga (forma e intensidade) também pode ter influência na composição da água subterrânea, principalmente, em aquíferos livres, localizados próximos a superfície. Marques et al., (2008), em estudo realizado no aquífero Piranema, localizado no estado do Rio de Janeiro, identificaram que as variações do nível de água subterrânea, provocadas pelas variações da recarga, têm influência nos valores de pH, condutividade elétrica (CE) e resíduo seco.

Os poços utilizados para abastecimento público, em geral, estão sob contínua explotação, durante todo o ano. A explotação, associada a sazonalidade da precipitação e recarga, poderiam ter influência na composição química da água subterrânea. Marion et al., (2007), por meio do monitoramento da qualidade da água de um poço que capta água do Sistema Aquífero Guarani (SAG), identificaram a existência de variações sazonais para os parâmetros que foram monitorados (temperatura, sólidos totais dissolvidos, pH, oxigênio dissolvido e alcalinidade).

Com o objetivo de avaliar o comportamento dos parâmetros pH e CE, foi realizado um monitoramento semanal, durante 15 meses, em dois poços tubulares que captam água do Sistema Aquífero Serra Geral, no município de Carlos Barbosa (RS). Os resultados foram comparados com a quantidade de precipitação e o volume de água explotado, visando com isso avaliar a existência ou não, da influência desses processos, nos valores encontrados para esses parâmetros.

Autores: Pedro Antonio Roehe Reginato; Amanda Sanferari; Gustavo Barbosa Athayde; Camila de Vasconcelos Müller Athayde; Taison Anderson Bortolin; Marcos Imério Leão e Tuane de Oliveira Dutra.

ÚLTIMOS ARTIGOS: