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Geração de Energia e Biogás usando biodigestores: uma opção ambientalmente correta para Região Metropolitana do Recife

Resumo: No Brasil, a destinação dos resíduos sólidos produzidos diariamente é um problema crescente para os municípios do país, pois, quantidades significativas de matéria orgânica e inorgânica com potencial para produção de energia elétrica, biofertilizantes, biogás e reciclagem não recebem o acondicionado adequado. O artigo apresenta a geração de energia elétrica e biogás, através da fermentação anaeróbica em biodigestores, como uma alternativa para o problema dos resíduos. Procedeu-se uma revisão bibliográfica sobre o tema em questão, a partir da relação entre os residuos sólidos urbanos, geração de energia e biogás. Estudos de casos nacionais e internacionais do uso de biodigestores foram analisados e propôem-se que modelos sejam avaliados para aplicação na cidade do Recife em Pernambuco, geradora de quantidade significativa de resíduos que vem crescendo a taxa de 6% por ano principalmente por conta de sua função comercial e densidade demográfica crescente na região. Sugere-se que estudos futuros avaliem a viabilidade da implantação de biodigestores como ferramenta para saneamento básico de comunidades carentes em situação de vulnerabilidade social a fim de contribuir com a sustentabilidade ambiental das áreas urabanas.

Introdução: Os temas gestão e gerenciamento de resíduos sólidos urbanos são desafiadores no século atual, essa proposta vem sendo debatida em grandes conferências mundiais desde 1970 (MORAES, 2010). As mudança de padrões de consumo da sociedade influenciam diretamente a quantidade e características dos resíduos gerados, esse aumento mundial na produção de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) e a sua destinação final são problemáticas que necessitam de um enfrentamento urgente por parte do governo e da sociedade. O acúmulo desses em áreas impróprias, pode ter como soluções a destinação em aterros sanitários, onde o resíduo é soterrado e compactado, diminuindo o impacto ambiental local. Mas, além dos custos de manutenção serem altos, os aterros não conseguem gerenciar o volume crescente de detritos produzidos. Sem os cuidados apropriados, o resíduo acaba por produzir o chorume, líquido com odor desagradável que polui o solo e lençóis freáticos, além de atrair vetores sinantrópicos também, eleva o risco de geração de chamas, pelo desprendimento de gás metano para a atmosfera. Assim como o resíduo, a escassez do petróleo e as mudanças no clima também são focos de discussões. Fontes de energia alternativa e renovável voltada para o desenvolvimento sustentável tem sido desenvolvidas e utilizadas como combustível na produção de calor e de eletricidade, como a energia eólica, solar, da biomassa e Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCHs (PACHECO, 2006). Acredita-se que o uso da biomassa, conceituada por Gebler e Palhares (2007) como matéria orgânica, morta ou viva, existente nos organismos (animais ou vegetais), poderá contribuir para a produção de energia e ainda auxiliar no tratamento dos RSU produzidos nos grandes centros urbanos. Tecnologias limpas, usando o RSU como matéria-prima na produção de energia e biogás, podem ser uma alternativa viável visto que, a destinação correta desses resíduos também auxiliariam ao saneamento básico, que na atualidade representam um problema para a sociedade. Segundo Nogueira e Lora (2003), “Os resíduos sólidos são uma fonte inesgotável de energia, pois, estão sendo gerados continuamente. Dessa forma, quanto maior for a cidade, maior será o seu potencial de geração de energia através destes resíduos, em virtude das suas características e da quantidade produzida”. A instituição da nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) através da Lei 12.305/10, foi um marco no Brasil trazendo um caráter econômico, ambiental e social aos componentes vinculados a essa problemática. A PNRS estabelece diretrizes para o processo de gerenciamento de resíduos e influência positivamente o desenvolvimento de novos projetos para captura de biogás em aterros, geração de energia e redução de emissões de gases que causam o Efeito Estufa. De acordo com o Atlas Brasileiro de Emissões de GEE e Potencial Energético da ABRELPE publicado em 2013, “Os projetos de mitigação consistem basicamente na captura, queima e/ou aproveitamento do conteúdo energético do biogás, seja para gerar eletricidade e calor, ou para tratá-lo e utilizá-lo como gás natural, evitando assim sua liberação para a atmosfera” (ABRELPE, 2013, p. 13). O Relatório editado a partir de revisões e investigações em 2013, apontou para 46 projetos considerados como Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) distribuídos nas regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste do Brasil, tendo como destaque a região Sudeste que na ocasião contava com 33 projetos em operação. De acordo com o Atlas Brasileiro o total da capacidade instalada para geração de eletricidade declarada nos documentos de concepção dos projetos correspondia a 254 MW. Diante da possibilidade de reaproveitamento do resíduo para geração de energia, é necessário que pesquisas sejam realizadas para a aplicação de tecnologias que auxiliem o tratamento e disposição final dos RSU de forma que viabilizem o processo de geração de energia.

Autores: Thúlio José Ferreira Ferreira Pimentel; Lizelda Maria de Mendonça Souto; Mara Luisa Barros de Sousa Brito Pereira; Ellen Carmelita Capelo Silva e Emilia Rahnemay ohlman Rabbani.

Leia o estudo completo: geracao-de-energia-e-biogas-usando-biodigestores-uma-opcao-ambientalmente-correta-para-regiao-metropolitana-do-recife

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