Testes acontecem na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) na cidade de Jerônimo Monteiro, na Região Sul do Estado
Uma pesquisa conduzida na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) revela a eficiência do uso de biocarvão proveniente de resíduos de laranjeiras e eucaliptos para o tratamento de esgoto sanitário em um sistema piloto de wetland.
Construiu-se este sistema na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) administrada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) na cidade de Jerônimo Monteiro. A cidade localiza-se no sul do Espírito Santo, e encontra-se em fase de testes, mostrando ser uma opção promissora em termos de custo.
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“Alguns resultados já demonstram a eficiência do tratamento, principalmente com o biocarvão produzido a partir de laranjeira”, afirma o professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da Ufes, Ananias Dias Júnior, orientador da doutoranda Iara Carmona.
O processo envolve a coleta de amostras de esgoto na entrada e na saída do sistema, realizada então a cada três dias, seguida de análises físico-químicas semanais. Assim, essas análises têm como objetivo avaliar a eficiência do tratamento com biocarvão.
“Os resultados são muito satisfatórios e estão em conformidade com os limites estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente, que regulamenta as condições, parâmetros, padrões e diretrizes para o lançamento de efluentes em corpos de água”, destaca Ananias, enfatizando a significativa redução de sólidos sedimentáveis, turbidez, nitrogênio, fósforo e oxigênio consumidos pelo esgoto sanitário.
Esse processo, mais sustentável com o uso de laranjeiras e eucaliptos, é então conhecido como Wetland, termo inglês que significa “terra molhada”. Amplamente utilizados em cidades dos Estados Unidos, Europa e Ásia, os wetlands representam uma alternativa eficaz e de menor custo para o tratamento de esgoto.
Segundo o site Wetlands Brasil, apenas na França existem mais de 3,5 mil estações para o tratamento de esgoto doméstico de pequenas cidades e comunidades.
O sistema utiliza vegetação, substrato e microrganismos para purificar os efluentes. No entanto, o cascalho e a areia ainda são os materiais mais comuns como meios filtrantes nas experiências brasileiras e mundiais. Por serem agregados da construção civil, esses materiais enfrentam escassez e estão associados a impactos ambientais negativos.
Por Kebim Tamanini
*Com informações da Ufes
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