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Destinação final de lodo de esgoto: proposição para auxílio em tomadas de decisão a partir de uma revisão de literatura

Resumo

Destinação final de lodo  – A escolha da melhor alternativa para destinação final do lodo gerado em estações de tratamento de esgoto (ETE) é uma decisão complexa e conflitante. As variáveis que envolvem os processos abrangem aspectos técnicos, econômicos, ambientais e legais, que ultrapassam os limites da estação de tratamento e cujo conhecimento é de extrema relevância para uma decisão adequada e viável. Este trabalho pretende apresentar uma proposta de questionário que objetiva diagnosticar a situação de ETE’s, a partir de uma revisão de literatura, e abordar os principais critérios de avaliação de alternativas para a destinação final do lodo de esgoto. Espera-se possibilitar uma análise prévia de soluções mais adequadas, compatíveis com as expectativas e objetivos de gestores em empresas públicas ou privadas de saneamento, auxiliando-os nas tomadas de decisão. O questionário elaborado foi submetido a três profissionais técnicos da área de saneamento, para testar sua compreensão e funcionalidade. De acordo com a análise destes técnicos, foram implementadas melhorias no questionário, tornando-o apropriado para o objetivo proposto.

Introdução

Os esgotos domésticos necessitam ser coletados e tratados antes de serem lançados na natureza, com a finalidade de assegurar a qualidade das águas e, consequentemente, atender aos padrões de lançamento no corpo receptor, eliminado ou reduzindo os índices de doenças de veiculação hídrica (Von Sperling, 2014; FEAM, 2015).

São varias as tecnologias utilizadas para tratar os esgotos sanitários em estações de tratamento de esgoto (ETE), seja por processos físico-químicos ou biológicos, tendo este ultimo maior destaque no Brasil. A escolha da tecnologia mais adequada para um determinado local depende de diversos fatores, sendo os principais as condições locais, as características dos esgotos, disponibilidade da área, aspectos econômicos, a eficiência requerida do tratamento em conformidade com a classe de enquadramento do corpo hídrico receptor, dentre outros (Von Sperling, 2014; FEAM, 2015; Mendonça; Mendonça, 2015; ANA, 2017).

Como resultado, o tratamento de esgoto gera o efluente tratado, que é lançado nos rios, além de gerar outros subprodutos como escuma, gases e lodo de esgoto (LE). o LE necessita de tratamento e destinação final adequada para evitar a geração de impactos ambientais ou atá mesmo comprometer os benefícios do sistema de coleta e tratamento de esgoto, conforme alertam Andreoli et al. (2014). Observa-se uma tendência mundial para a valorização de alguns subprodutos, favorecendo a sustentabilidade das ETE’s e gerando soluções ambientais em tempos de escassez de recursos naturais e forte apelo à conservação ambiental.

Os índices de coleta e tratamento de esgoto no Brasil são muito baixos (ANA, 2017). As redes coletoras de esgotos alcançam 61,4% da população urbana brasileira, o que não significa que todo esgoto coletado é conduzido a uma ETE, restando 65 milhões de pessoas que não dispõem de sistema coletivo para afastamento dos esgotos sanitários. A parcela atendida com coleta e tratamento dos esgotos representa apenas 42,6% da população urbana total (ANA, 2017).

Autores: Dayane Batista Gonçalves e Marcos Paulo Gomes Moll. (http://dx.doi.org/10.22201/iingen.0718378xe.2021.14.1.69959)

Destinação final de lodo


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