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Compostagem de lodos de estações de tratamento de esgoto (ETE): uma revisão bibliográfica

Resumo

Ao final do processo de tratamento de esgoto ocorre a geração de efluente tratado e resíduos sólidos orgânicos, conhecidos como lodo. Logo, necessita-se de uma gestão adequada para o lodo do esgoto, dessa maneira a compostagem se apresenta como alternativa, resultando um produto suficientemente estabilizado que pode ser considerado como um enriquecedor do solo. Durante a compostagem do lodo do esgoto é necessário a adição de resíduos diversos, como por exemplo, restos de alimentos, resíduos de poda, corte de grama e etc. A grande variedades de combinação e os fatores associados durante o processo, como por exemplo, microrganismos, aeração, umidade, temperatura, pH, granulometria, dimensões das leiras e relação carbono/nitrogênio gera a complexidade da compostagem, pois é difícil estabelecer ótimas condições para cada um dos fatores citados. Portanto, o presente artigo visa um levantamento bibliográfico satisfatório acerca da compostagem de lodos provenientes de ETEs.

Introdução

Com o crescimento dos centros urbanos e o aparecimento de uma legislação como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei n° 12.305 de 02/08/2010, houve melhorias no saneamento básico, gerando como consequência, maior surgimento de Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) (BRASIL, 2010). Dessa forma, qualquer opção de tratamento escolhida para os dejetos, ao final do processo, ocorre a geração de efluente tratado e de resíduos sólidos orgânicos, conhecidos como lodo, logo o a quantidade desse resíduo deve aumentar nos próximos anos (MORETTI et al., 2015; ANDREOLI et al. 2014).

A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece em seu artigo 9° que na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos (BRASIL, 2010). Dessa forma, observa-se que existe a necessidade de tratamento de resíduos sólidos orgânicos provenientes dos sistemas de tratamento de esgotos, bem como a correta disposição final do efluente tratado e dos rejeitos oriundos dele.

A compostagem se apresenta como alternativa biológica de digestão aeróbia dos resíduos sólidos orgânicos, sendo um processo controlado de decomposição microbiana, de oxidação e oxigenação de uma massa heterogênea de matéria orgânica no estado sólido e úmido (KIEHL, 2004).

O resultado da compostagem é um produto suficientemente estabilizado que pode ser considerado como um enriquecedor do solo, podendo ser aplicado para melhorar as suas características, sem que haja uma contaminação do meio ambiente (MEIRA, et al., 2003). Além disso, a compostagem evita a saturação da área de disposição final dos resíduos, contribui para a atenuação da concentração da carga orgânica no lixiviado gerado e redução na emissão dos gases de efeito estufa para a atmosfera (GOMES et al., 2015).

Para atingir esses compostos, Afaz et al. (2017) afirmam ser necessário, além do lodo do esgoto, a adição, durante o processo de compostagem, de resíduos diversos, como por exemplo, restos de alimentos, resíduos de poda, corte de grama e etc. Porém, o uso de fertilizantes oriundos de compostos fabricados a partir do uso de lodos de ETE gera alguns cuidados, levando ao Ministério da Agricultura a criar a Instrução Normativa Nº 25 de 23/07/2009, classificando esses fertilizantes orgânicos como classe D, sendo proibido sua aplicação em pastagens, no cultivo de olerícolas, tubérculos e raízes, nas culturas inundadas e nas demais culturas cuja parte comestível entra em contato com o solo (BRASIL, 2009).

Portanto, o presente artigo visa um levantamento bibliográfico satisfatório acerca da compostagem de lodos provenientes de ETEs.

Autores: Lucas Marques Soares Silva; Danilo Prado Pires; Carlos Henrique da Costa Brauna; e Pedro Alves de Oliveira Júnior.

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