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Bioeletricidade – Estudo avalia o potencial de biogás em comunidades vulneráveis de São Paulo – SP

Bioeletricidade – Pesquisadores do IEE da USP demonstraram a viabilidade de produção de bioeletricidade a partir do biogás de resíduos orgânicos gerados nas favelas de São Paulo – SP.

Resumo

As favelas são áreas pobres povoadas dentro dos centros urbanos, em sua maioria desprovidas de serviços públicos de boa qualidade e expostas ao descarte inadequado de resíduos e à pobreza energética.
Usar a fração orgânica dos resíduos dessas comunidades para gerar produtos de alto valor agregado, incluindo eletricidade, calor e fertilizantes, proporciona uma bioeconomia circular com mitigação das emissões de gases de efeito estufa, reduzindo a poluição ambiental e as doenças.
O presente estudo teve como objetivo demonstrar a viabilidade de produção de bioeletricidade a partir do biogás obtido através da digestão anaeróbica das 400.000 toneladas de resíduos alimentares gerados nas favelas de São Paulo – SP, a maior cidade da América Latina.
O potencial do biogás foi calculado a partir de resultados obtidos em estudos anteriores, expandido para as favelas, mapeado, e  analisado o impacto ambiental da má gestão de resíduos e a integração de fontes de energia renovável no sistema energético local.
Os resultados mostram um potencial de bioeletricidade de até 147.734 MWh/a, representando 1,3% da demanda residencial de eletricidade com um potencial associado de redução de 2.111,7 CO2 eq Gg/a.

Principais destaques do artigo

  1.  Há um volume enorme de resíduos orgânicos gerados em comunidades vulneráveis (maior parte localizada na perifería da capital paulista);
  2. Carência de serviços básicos eficientes como saneamento, gestão e destinação dos resíduos. A população que vive nesses assentamentos estão expostas a altos índices de violência, serviços de água, saneamento e energia elétrica deficientes ou ausentes, baixo acesso ao transporte público, baixo acesso à educação, falta de espaços e eventos culturais e uma menor oferta de empregos e oportunidades;
  3. Pobreza energética – famílias tem dificuldade econômica para acesso a insumos básicos como energia elétrica, gás de cozinha, entre outros;
  4. A biodigestão pode proporcionar destino (tratamento local) adequado para os resíduos orgânicos, produção de biogás (biocombustível gasoso que pode atender demandas como substituição do gás de cozinha ou uso para geração de energia elétrica) e produção de digestato, com possibilidade de uso como biofertilizante em hortas comunitárias de produção de alimentos orgânicos.

Autores: Camila Agner D’Aquino, Bruno Alves Pereira, Tulio Ferreira Sawatani, Samantha Coelho de Moura, Alice Tagima, Júlia Carolina Bevervanso Borba Ferrarese, Samantha Christine Santos e Ildo Luis Sauer.

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