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Alemanha doa R$ 136 milhões para projetos de descarbonização da indústria no Brasil

Empresas do Brasil e do mundo podem apresentar projetos voltados à redução de emissão de carbono nos setores siderúrgico e cimenteiro brasileiro; linha de cooperação foi reativada após 5 anos sem chamadas bilaterais

A Alemanha formalizou doação de até R$ 136 milhões (25 milhões de euros) para projetos de descarbonização da indústria brasileira por meio de chamada pública. Esses projetos têm foco nos setores siderúrgico e cimenteiro.

Os dois países selecionarão e anunciarão os finalistas dos projetos apresentados por empresas do mundo todo no final do ano.

Os recursos estão no âmbito da Iniciativa Internacional do Clima (IKI), linha de cooperação alemã reativada após mais de 5 anos sem chamadas bilaterais e que deverá apoiar prioridades específicas do Brasil derivadas da Convenção-Quadro sobre a Mudança do Clima e de seu Acordo de Paris.

“Uma excelente notícia para se somar aos nossos esforços de descarbonização e transição energética, como o programa Mover, o combustível do futuro e todas as ações previstas na Nova Indústria Brasil“, afirmou o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin.

MDIC

Rodrigo Rollemberg, Secretário de Economia Verde do MDIC, lembra que o lançamento da Chamada IKI para o Brasil foi um compromisso construído na COP28, durante uma reunião com representantes do governo alemão.

“Na semana passada confirmou-se o compromisso entre os dois países em relação ao combate às mudanças climáticas. A chamada representa um instrumento concreto para o apoio à descarbonização dos principais setores emissores industriais do Brasil”, disse Rollemberg.

A iniciativa é um desdobramento da Declaração Conjunta de Intenção sobre a Parceria para uma Transformação Ecológica Justa Brasil-Alemanha. Do mesmo modo, essa declaração foi assinada no dia 4 de dezembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo chanceler do país europeu, Olaf Scholz.

Para onde vão os recursos

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), por meio da Secretaria de Economia Verde (SEV), elaborou conjuntamente os termos de uso desses recursos. O Ministério Federal para Assuntos Econômicos e Proteção Climática também participou do processo.

Os projetos devem ser voltados a uma “profunda descarbonização“ em setores industriais intensivos em emissões de carbono no Brasil, como as indústrias siderúrgica e cimenteira. Além disso,  devem estar em linha com as prioridades e metas climáticas estabelecidas na NDC do Brasil, no Plano Setorial de Mudanças Climáticas para a Indústria e na Estratégia Nacional de Mudanças Climáticas, que está em elaboração.

Bem como, os projetos devem apoiar a transformação sistêmica dos setores industriais selecionados para a descarbonização. Para isso, tanto os governos quanto o setor produtivo devem desenvolver capacidades em relação a normas internacionais, tecnologias disponíveis, economia circular, eficiência energética e divulgação financeira relacionada ao clima, entre outras.

Além disso, a iniciativa também incentivará o desenvolvimento de estudos científicos, avaliações das necessidades tecnológicas, elaboração de modelos de negócios com visão de longo prazo. E abordagens inovadoras para a produção de cimento e aço com baixas emissões.

Eficiência energética

Os recursos devem financiar projetos de desenvolvimento e implementação de atividades e pilotos em áreas como eficiência energética. Substituição de combustíveis fósseis e tecnologias disruptivas.

Contudo, estão previstas, ainda, propostas voltadas à simplificação do acesso a financiamentos e facilitação de parcerias entre os setores e outros agentes. Com a criação de instrumentos financeiros inovadores e incentivos para impulsionar os investimentos privados e melhorar as infraestruturas de mercado.

Portanto, outras chamadas incluem o combate ao desmatamento em biomas não amazônicos (até 30 milhões de euros) e cidades sustentáveis e resilientes (até 10 milhões de euros). Isso totaliza até 65 milhões de euros.

Fonte: Brasilien


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