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Empresas afirmam que água distribuída é segura e monitorada para presença de agrotóxicos

A Casan e a Companhia Águas de Joinville emitiram nota sobre a análise, encomendada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que apontou a presença de agrotóxicos na água que chega às torneiras em 22 cidades no Estado.

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O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) também se manifestou, afirmando que recebeu “com surpresa” as informações. A Casan informou que a água distribuída aos consumidores está dentro dos níveis de potabilidade exigidos, e afirmou que o relatório do MPSC mostra substâncias com índices que estão abaixo do tolerado pela legislação brasileira.

A empresa pública afirma que realiza monitoramento permanente em suas 365 unidades de tratamento, que inclui análise da presença de agrotóxicos. “Nenhuma análise da Companhia chega próximo do limite máximo permitido. No Estado, a Companhia realiza um total de aproximadamente 180 mil análises anuais para garantir a potabilidade da água tratada”, diz a nota.

Por fim, o comunicado diz que a divulgação gera “preocupações desnecessárias e não condizentes com o produto distribuído pela Casan, direcionando a população a consumir água industrializada, mais cara ou de fontes não confiáveis”.

Análises de agrotóxicos

Mateus Eurico Viana, engenheiro químico da Casan, diz que as análises de agrotóxicos são feitas por laboratório terceirizado, com frequência semestral – como determina o Ministério da Saúde. Nos últimos três anos, segundo ele, não houve nenhum registro de água com níveis de substâncias acima do que é permitido por lei.

A empresa de água avalia 27 substâncias, como determina a legislação, e os resultados das análises são acompanhados pela Vigilância Sanitária.

De acordo Viana, o sistema de tratamento faz filtragem com carvão antracito, que remove resíduos de diversas substâncias presentes na água. Em relação aos agrotóxicos, ele afirma que a água bruta, que chega para tratamento, também não ultrapassa o limite tolerado por lei.

Já a Companhia Águas de Joinville informou que “garante, por meio de testes laboratoriais, a qualidade da água distribuída em Joinville”. A empresa diz, em nota, que além da coleta da água na captação das duas estações de tratamento, realiza testes em 226 pontos de distribuição na cidade e “descarta a presença de qualquer tipo de agrotóxico”.

O Samae, de Orleans, também afirmou que “monitora permanentemente a qualidade da água para garantir os padrões exigidos pela legislação e manter as condições de segurança hídrica e de saúde pública”. Informou, ainda, que a prefeitura tem trabalhado com a Fundação do Meio Ambiente de Orleans (Famor), e, com a Secretaria Municipal de Agricultura na “conscientização e a correta aplicação dos defensivos agrícolas”. A autarquia alega que os resultados de suas análises não trazem agrotóxicos acima do valor máximo permitido.

Nesta sexta-feira (22) a Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (Aris) emitiu um ofício circular em que afirma exigir das empresas de abastecimento o cumprimento da legislação. O comunicado afirma que a água distribuída em Santa Catarina “está apta para o consumo humano”.

MP diz que é preciso atacar o problema

O relatório que avaliou a presença de traços de agrotóxicos na água, em SC, foi produzido a pedido Centro de Apoio ao Consumidor do MPSC, em parceria com a Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (Aris) e a Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc). As amostras foram coletadas entre março e novembro de 2018, em 100 municípios da Grande Florianópolis, Oeste, Sul, Vale do Itajaí, Norte e Serra.

A promotora Greicia Malheiros da Rosa Souza, responsável pelo Centro de Apoio ao Consumidor, diz que a análise do MPSC levou em conta 204 substâncias diferentes. O Ministério da Saúde estabelece obrigatoriedade de avaliação de apenas 27 delas às empresas de abastecimento de água.

– Mesmo que sejam limites menores (do que estebelece a legislação), é um resíduo na água que não podemos ignorar. No mínimo, precisamos ter a sensatez de identificar a origem do problema.

Os critérios de potabilidade, ou seja, que estabelecem se a água é própria para o consumo, estão em discussão em Brasília. O levantamento de SC deverá embasar as discussões sobre os parâmetros de índices toleráveis de agrotóxicos, que serão discutidos em maio.

Casan emite segunda nota

No início da noite desta sexta-feira (22), a Casan emitiu uma nova nota de esclarecimento em que “informa que nenhuma amostra de água coletada na saída de suas estações de tratamento, em todo o Estado de Santa Catarina, apresenta qualquer inconformidade”. O comunicado segue afirmando que atende à portaria do Ministério da Saúde que estabelece parâmetros para a análise de agrotóxicos na água e “reitera que a água distribuída nos municípios do Sistema Casan está completamente dentro dos níveis de potabilidade exigidos”.

“A Casan monitora permanentemente a qualidade de sua água justamente para garantir todos os padrões exigidos pela legislação e manter as condições de segurança hídrica e de saúde pública. E por isso garante que nenhuma análise da Companhia chega próximo do limite máximo permitido”.

Fonte: Dnsul

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