Como outra alternativa aos tradicionais galões e garrafas de água, o pernambucano Henrique Hissa desenvolveu em 2002 o Sistema Blu
O conceito de serviços por assinatura vem sendo cada vez mais adotado em novos negócios de diferentes nichos do mercado. Já é comum consumir música, filmes e programas de TV dessa maneira, então, por que não adquirir um recurso vital, como água mineral, também por assinatura? Essa foi uma das ideias que o empresário pernambucano Henrique Hissa, 45, desenvolveu e nomeou de Sistema Blu.
Radicado no Ceará, Hissa já empreendeu em outros setores, mas sua ideia mais promissora despontou em 1999, mais especificamente em um domingo, quando a água do galão acabou. “Tive que ir até o posto de gasolina comprar algumas garrafas de plástico e retornei para casa pensando que aquilo não era nenhum pouco prático ou cômodo. Por conta desse estalo que tive, comecei a pesquisar se alguém já tinha tido alguma ideia que pudesse facilitar o abastecimento de água mineral”, diz Hissa.
Felizmente, o empresário não encontrou nada no mercado com o propósito de facilitar sua vida e ele mesmo teve que criar a solução. “Ao enxergar a oportunidade de negócio, passei a pesquisar sobre o assunto, contatei técnicos da área de saúde e de água mineral. Percebi que as duas únicas formas de se consumir água mineral que hoje existem são por meio de galões de água ou garrafas plásticas, que são boas opções, mas não são práticas”, afirma o pernambucano.
Mercado imobiliário
Após quatro anos de pesquisa, em 2002, Hissa desenvolveu um protótipo do primeiro modelo da Blu, voltado para o mercado imobiliário. Esse sistema pioneiro consistia em fazer parceria com construtoras de imóveis que ainda não haviam começado as obras a instalar um reservatório de água mineral de alta capacidade dentro do edifício. “A central de água mineral já era colocada na planta dos imóveis, agregando valor aos apartamentos”, diz o empresário.
Esse modelo, que funcionava nas cidades de Fortaleza (CE) e Natal (RN), foi o filho único da Blu por mais de uma década, até que, em 2014, Hissa criou a assinatura mensal de água mineral para prédios já construídos: “Desenvolvemos uma nova tecnologia de instalação da central de água em prédios já erguidos. Neste caso, funcionamos como qualquer empresa de telefonia, de televisão ou internet: instalamos nosso equipamento no prédio e o morador que quiser nosso serviço, recebe nosso “sinal”, ou seja, canal de oferecimento de água.”
Nesse novo sistema – que atualmente é o mais popular da Blu –, o condômino paga pela adesão ao serviço (cerca de R$ 1459) e escolhe um dos planos de quantidade de água mensal (50 litros, por R$ 34,90; 100 litros, por R$ 64,90; 200 litros, por R$ 119,90; ou 300 litros, por R$ 165,90).
Parcerias com fornecedores
A central de água do edifício é abastecida semanal ou quinzenalmente pela empresa, que faz parcerias com fornecedores de fontes de água mineral regionais. Para garantir que não faltará água, o sistema possui sensores que informam a quantidade de água que consta no reservatório.
Outra característica do Sistema Blu é a análise mensal da água oferecida aos condôminos. “A nossa água é estudada em laboratório, tendo sua qualidade e propriedades averiguadas. Depois, a análise é enviada aos seus consumidores”, afirma o empresário.
Além de Natal e Fortaleza, o Sistema Blu também pode ser adquirido em imóveis (prédios comerciais, residenciais, indústrias, clínicas, etc) nas cidades de São Paulo (SP), Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS).
“Nosso processo de instalação demora menos de um mês, é rápido e prático. Nós levamos água mineral da fonte direto para o consumidor final, sem precisar gerar lixo com garrafas plásticas e desconforto de ter que comprar galões”, afirma Hissa.
Para o futuro, o CEO da Blu informa que está estudando chegar nas outras duas capitais do Sudeste – Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte MG) –, e, para 2019, levar sua inovação à China e aos Emirados Árabes. “Estamos com R$ 5 milhões para investir nas assinaturas de prédios nos próximos 3 anos. Mas também queremos resolver o problema do consumo de água mineral em outras regiões do mundo, que também dependem de galões e garrafas”, diz o pernambucano.