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Proposta de um sistema de reúso de água residuária em um lava-jato no município de marabá-pará: estudo de caso do lava-jato GL

Resumo

Este trabalho iniciou-se com a pesquisa de dados presentes na literatura técnica Ambiental e em departamentos públicos, para que fosse possível a fundamentação teórica de uma forma geral. A partir da definição do objetivo se pode ter como materiais e métodos deste trabalho procurar uma técnica de projeto e definição de um sistema para o tratamento de efluente gerado na lavagem de automóveis. Em relação à utilização deste sistema, o objetivo básico é a redução do uso do recurso hídrico e o reuso da água tratada. Após verificação da geração de efluente, bem como a quantidade de produtos utilizados para a lavagem dos veículos, foi desenvolvido o dimensionamento do sistema de tratamento de água residuária para fins não potáveis, proposto neste trabalho, dando proposições no que tange a reutilização da água. Foi realizada uma coleta do efluente automotivo no lava-jato GL, tomando como base as condições locais e os parâmetros pertinentes. O sistema de tratamento proposto nesse trabalho é satisfatório, uma vez que é simples e de baixo custo, tendo em vista os outros sistemas, comumente adotados. É de interesse do proprietário a implementação do sistema no lava-jato GL, e pretende-se, através deste, que outros lava-jatos na cidade possam aderir ao sistema.

Introdução

Atualmente, o descarte de efluentes industriais e urbanos sem tratamento vem comprometendo a qualidade dos mananciais dos grandes centros. Neste sentindo, em algumas regiões no Brasil o tratamento de esgoto sanitário já se faz presente, porém ainda em processo de implantação, não atendendo à grande maioria da população (BOHN, 2014). Dentre as diversas atividades econômicas de uma cidade tem-se os lava-jatos, que dependendo da frota das cidades pode ter uma contribuição significativa no volume de esgotos urbanos.

Segundo o Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN (2010), o Brasil teve um aumento considerável na frota de veículos automotores, fechando 2010 com exatos 64.817.974 veículos registrados. Em dez anos, o aumento acumulado é de 119%, ou seja, mais 35 milhões de veículos chegaram às ruas no período, contribuindo desta forma com o aumento dos empreendimentos responsáveis pelo serviço de lavagem de automóveis.

Frente a quantidades de carros, os lava-jatos são um dos setores usuários de recursos hídricos que utiliza grande quantidade desse recurso natural, diminuindo suas disponibilidades quantitativas, espacial e temporalmente, além de ocasionar o desperdício, caso não exista tratamento nem reaproveitamento da água utilizada na prestação de serviços deste setor.

A nível nacional, não existe legislação que determine que empresas de lavagem de automóveis usem de um sistema de tratamento e reuso de água com o objetivo de reduzir a exploração das fontes subterrâneas. Contudo, em alguns estados brasileiros se faz presente legislações referentes a esse tema, como no caso do Espírito Santo, onde a Lei nº 9.439:2010, institui que postos de combustíveis, lava-jatos, transportadoras, empresas de ônibus e locadoras devem instalar sistema de tratamento e reutilização da água usada na lavagem dos veículos.

De acordo com a Superintendência de Desenvolvimento Urbano, na cidade de Marabá, somente 10 lava-jatos possuem autorização para o uso e ocupação do solo. Por sua vez, com base em dados obtidos na Secretaria Municipal de Meio Ambiente, existem 30 lava-jatos que estão em processo de legalização, dentre estes somente 5 lava-jatos possuem Licença de Operação (SDU; SEMMA, 2016).

Sabe-se que, na maioria das vezes, esse tipo de empreendimento opera em desacordo com a legislação ambiental em decorrência do descarte de efluentes não possuir tratamento prévio adequado, tornando-se, cada vez, uma preocupação maior dos órgãos ambientais, governos, indústrias e sociedade pública (TELLES; KOPPERSCHMIDT, 2009).

Diante do exposto este estudo tem como objetivo propor um sistema de reúso de água residuária em um lava-jato no município de Marabá-PA, visando o reaproveitamento da mesma no próprio processo, obedecendo às normas vigentes e regulamentadoras no que se refere à destinação correta dessa água.

Autores: Tainan Pereira dos Santos; Ana Rafaele Costa de Miranda; Aline Souza Sardinha e Jamerson Silva Soares.

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