Reaproveitamento de águas pluviais
Os principais aspectos sobre aproveitamento da água da chuva no Brasil e no mundo são descritos e discutidos no presente artigo, sempre sob a ótica do reuso e conservação da água.
São apresentados os arranjos mais comumente adotados para coleta e aproveitamento da água da chuva e são expostas as metodologias mais utilizadas para o dimensionamento dos reservatórios.
Aspectos de qualidade e quantidade da água, além de da viabilidade técnica e econômica da adoção destes sistemas são também abordados. Conclui-se que o uso de sistemas de aproveitamento da água da chuva pode configurar uma alternativa viável para conservação e valorização do uso da água, combatendo situações de carência, em aplicações residenciais, industriais e comerciais.
A água é essencial para toda vida no planeta. Embora cerca de 75% da superfície terrestre seja composta por água, apenas uma pequena parcela é de água potável: conforme Ward e Robinson (1990), cerca de 97,4% deste total é composto por água salgada, quase 2% é de gelo e neve e apenas 0,67% corresponde a água doce (incluindo águas subterrâneas e fontes superficiais). Esse cenário é ainda mais grave quando é levada em consideração a má distribuição espacial e temporal da água doce no planeta e, ainda, a contaminação crescente dos mananciais.
Em conseqüência, a água hoje é tratada como um recurso finito renovável e um bem econômico. De acordo com dados oficiais (WHO, 2003), cerca de mais de um bilhão de pessoas no mundo sofrem com a indisponibilidade de água tratada para alimentação e para sua higiene pessoal. Cerca de mais de 1,8 bilhão de pessoas não dispõem de serviços de saneamento básico e em muitas áreas urbanas o número de habitantes sem acesso ao saneamento tem crescido junto com o crescimento populacional. Muitos países que enfrentam carência de água potável freqüentemente têm o problema agravado por falta de precipitação, poluição dos aqüíferos e alta densidade populacional.
Fonte: Boletim do Saneamento