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Proposição de plano de contingenciamento e sistema de alerta para o gerenciamento de risco de inundações: estudo de caso no município de Belo Horizonte – MG

Resumo

As enchentes e inundações são eventos naturais que ocorrem nos cursos d’água, normalmente provocadas por uma chuva intensa ou de longa duração. Nas últimas décadas, a crescente urbanização tem aumentado a frequência de ocorrência desses fenômenos e potencializado os seus efeitos e riscos. Uma vez identificado o risco de inundação em uma determinada região, faz-se necessário tomar atitudes para minimizar os impactos do possível evento. Nesse trabalho foi proposto o escopo de um plano de contingenciamento típico, como ferramenta de gerenciamento de risco de inundações, e, em seguida, foi feita a análise do plano de contingenciamento do município de Belo Horizonte, com base na literatura apresentada. Verificou-se que o plano em estudo é robusto e satisfatório, mas não apresenta um item destinado à avaliação da sua eficácia. Conclui-se que o planejamento prévio, por meio de planos de contingenciamento, é bastante eficiente no sentido de minimizar danos e prejuízos causados pelas inundações, no entanto, é crucial que seja feita a avaliação da eficácia, de forma a entender a viabilidade e coerência de determinadas ações, evitando custos desnecessários e prevenindo perdas humanas e materiais.

Introdução

Muitas cidades se desenvolveram ao longo das margens de cursos d’água, que naturalmente transbordam em épocas de cheia, ocupando sua planície de inundação e trazendo risco para as populações ali presentes. O processo de urbanização agrava os efeitos desses períodos de cheia, pois interfere diretamente no ciclo hidrológico, alterando os volumes de água escoada, infiltrada e evaporada.

A impermeabilização de vias, que reduz a capacidade de infiltração do solo e dificulta ou impede o reabastecimento de mananciais subterrâneos, as canalizações e retificações, que aceleram o escoamento para jusante e impedem o contato da água superficial com o solo e o subsolo, e as ocupações irregulares, constantes áreas de risco, são consequências da urbanização e em geral ocasionam a diminuição do volume de água infiltrada e o aumento do volume de escoamento superficial e o transbordamento de cursos d’água. Essas ocorrências podem trazer enormes prejuízos materiais, ao danificar a infraestrutura da cidade, problemas de saúde pública, por contato com a água pluvial poluída, e o que é pior, perdas humanas. A Tabela 1 traz um resumo de eventos de inundações severas em quatro cidades, mostrando que o problema é frequente em meios urbanos em diversos locais do mundo.

Diante dessa questão, torna-se imprescindível a adoção de medidas de gestão do risco, de forma a minimizar ao máximo os danos e prejuízos causados por inundações.

(…)

Autores: Luisa da Cunha Vieira e Iara Lorena Araújo Pereira Gonçalves.

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