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A influição da morfometria da bacia hidrográfica do rio Itacaiúnas sob enchentes no município de Marabá-PA

Resumo

O objetivo deste trabalho foi calcular os parâmetros morfométricos da bacia hidrográfica do rio Itacaiúnas, localizada no sudeste paraense, e revelar se estes aspectos físicos influíram em eventos críticos como as enchentes ocorridas no município de Marabá. Para obtenção das características morfométricas, coletou-se imagens SRTM no banco de dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), as quais foram tratadas e processadas com o uso do software ArcGIS 10.2, os cálculos dos fatores físicos da bacia foram solucionados por meio das equações predispostas por Villela e Mattos (1975) e a hierarquização dos canais seguiu o método de Strahler. Os resultados indicaram que a bacia possui área aproximada de 16.000 km², formato alongado, baixa suscetibilidade a enchentes, grau de ramificação de quinta ordem com maiores números de cursos hídricos intermitentes em sua extensão. Além disso, em relação ao revelo da bacia, este é ondulado com altitude média de 428,36m. Apesar dos resultados corroborarem baixa suscetibilidade à enchente na bacia, outros aspectos como a altimetria e o relevo indicam que, até mesmo a forma de uso e ocupação da área podem sim propiciar o agravamento de enchentes, já que influência na infiltração das águas das chuvas e na velocidade de escoamento superficial.

Introdução

A Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei nº 9.433 de 1997, dita princípios e normas para a gestão de recursos hídricos adotando a definição de bacias hidrográficas como unidade de estudo e gestão. Dessa maneira, para que se tenha uma boa gestão por parte dos pesquisadores, é de suma importância a compreensão do conceito de bacia hidrográfica e de suas subdivisões para auxiliar na tomada de decisão (BRASIL, 1997).

Segundo Poveda (2007), com base nos princípios constitucionais, é fundamental para a defesa e preservação dos recursos naturais o dever de os órgãos ambientais exercerem o controle e a fiscalização das atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.

Nesse contexto, pode-se aferir que a água é um recurso natural essencial ao desenvolvimento e manutenção da vida, tornando o planejamento e gestão dos recursos hídricos são instrumentos de suma valia ao planeta em geral.

Mediante o exposto, insere-se um dos procedimentos mais comuns em análises hidrológicas e ambientais de uma bacia hidrográfica: a caracterização morfométrica. Este instrumento auxilia na compreensão de questões da dinâmica ambiental, local e regional. Isto se dá através das informações advindas de parâmetros fisiograficos da bacia, porém Lorenzon et al. (2015) afirma que não se pode avaliar a propensão de enchentes de uma bacia com base exclusivamente na sua forma. Mas vale ressaltar que o conhecimento acerca da morfometria é de suma importância para o surgimento de trabalhos a cerca desta temática.

Corroborando com essa afirmativa, Tonello et al. (2006), dispõe que a quantificação da disponibilidade hídrica serve de base para o projeto e planejamento dos recursos hídricos. Para tanto, é preciso expressar, quantitativamente, todas as características de forma, de processos e de suas inter-relações. Cabe ressaltar que nenhum desses índices, isoladamente, deve ser entendido como capaz de simplificar a complexa dinâmica da bacia, a qual inclusive tem magnitude temporal.

(…)

Autores: Jakeline Oliveira Evangelista;  Savannah Tâmara Lemos da Costa;  Lohame Lopes Vaz;  Giovanna Saraiva Marquioro e  Glauber Epifanio Loureiro.

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