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Ensaio de tratabilidade para determinação da dosagem ótima de dióxido de cloro como pré-oxidante em águas eutrofizadas – estudo de caso na ETA Castello Branco/PE

Resumo

As atividades antrópicas têm provocado diversos impactos nos recursos hídricos, gerando um grande aporte de nutrientes, principalmente fósforo e nitrogênio. Quando esses nutrientes excedem o grau de autodepuração dos recursos hídricos ocorre a proliferação de algas e cianobactérias, fenômeno conhecido como eutrofização. A presença de algas no processo de tratamento dificulta a formação de coágulos e flocos nas etapas iniciais de tratamento. Tal problemática pode ser minimizada por meio da dosagem de agente pré-oxidante na água bruta, como por exemplo, o dióxido de cloro, que, ao reagir com a matéria orgânica, não produz THM. Sendo assim, o presente trabalho visou o estudo de otimização da dosagem de dióxido de cloro como pré-oxidante de águas eutrofizadas foi determinada visando a menor formação de THM e ao enquadramento de outros parâmetros requeridos pelas normativas para a aplicação na ETA Castello Branco em Pernambuco. Como resultado, observou-se que o dióxido de cloro reduziu a concentração de THM na água tratada de modo que ela se enquadrou dentro do recomendado pela Portaria referente a potabilidade da água.

Introdução

A Barragem de Tapacurá foi construída com a finalidade de contenção de enchentes e para o abastecimento da população residente na Região Metropolitana do Recife. Situada em São Lourenço da Mata/PE, ela vem sofrendo processo de eutrofização, afetando a qualidade de suas águas. Esse reservatório vem apresentando sucessivas e massivas florações de microalgas e cianobactérias, como já verificado há alguns anos em trabalhos como os de Bouvy et al. (2003) e Andrade et al. (2009), aumentando a carga orgânica da água. Combinada ao cloro utilizado nas estações de tratamento de água, essa matéria orgânica pode gerar trihalometanos (THM), que são prejudiciais à saúde humana, constituindo um problema de saúde pública. Na Figura 1 se encontra a entrada da água bruta na ETA Castello Branco (unidade de tratamento de ciclo completo), que utiliza, como um de seus mananciais, a Barragem de Tapacurá.

Além da geração de THM, têm-se outros inconvenientes provocados pelo desenvolvimento exagerado de algas: a interferência na coagulação e na floculação, colmatação do leito filtrante e maior consumo na água de lavagem, transpasse pelo meio filtrante, aumento na demanda de cloro e sabor e odor na rede de distribuição (RICHTER, 2009).

Uma das soluções para evitar a formação de THM em concentrações acima da preconizada pela Portaria de Consolidação nº 05 – Anexo XX do Ministério da Saúde é a utilização do dióxido de cloro como pré-oxidante. O dióxido de cloro diminui a geração de THM, pois, ao reagir com a matéria orgânica, não produz cloro gasoso nem hipoclorito. Além disso, não reage com amônia, o que evita a formação de cloraminas potencialmente tóxicas (LAPOLLI, 2005).

Autores: Romero Correia Freire; Joana Eliza de Santana; Mayra Angelina Quaresma Freire e Mauricio Alves da Motta Sobrinho.

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