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Crise hídrica ameaça equivalente a 60% do PIB global, revela 1ª estimativa do valor econômico da água

Crise hídrica em publicações científicas: olhares da bioética ambiental

A crise hídrica afeta toda a biodiversidade e dela emergem questões éticas da relação humana com a água e seu impacto nas populações vulneráveis.

Este artigo analisa do ponto de vista ético como o meio científico tem abordado a crise hídrica. Analisaram-se produções científicas sobre a crise da água de forma qualitativa pela análise de conteúdo. Identificou-se que o pouco interesse que o meio científico tem em discutir os problemas éticos relacionados à crise hídrica faz com que não se tenha um retrato real de quem são os vulneráveis desse processo. Para superar essa realidade propõe-se a bioética ambiental, com sua metodologia baseada no diálogo interdisciplinar, como a ferramenta capaz de considerar e unir os diferentes interesses sejam humanos ou da natureza, bem como para evidenciar as verdadeiras causas da crise hídrica.

Crise Hídrica

Na história da humanidade a água sempre foi pensada dentro de uma cultura da abundância, e nesse sentido os problemas éticos limitavam-se a certas regiões que não desfrutavam dessa fartura natural. Na atualidade, no entanto, a cultura da abundância foi substituída pela da escassez e com isso ampliou-se o universo dos problemas ético-morais a ela relacionados.

Embora esteja intrinsecamente ligada à manutenção metabólica de todos os seres vivos (Jéquier e Constant, 2010) a relação dos humanos com a água varia de acordo com os contextos nos quais o indivíduo está inserido, o que representa que a história, o simbolismo e os rituais em relação à água expressam valores diferentes para cada comunidade. Nesse sentido, o debate da crise hídrica da atualidade vai além da escassez de própria água, pois envolve questões éticas, culturais (ONU, 2012Castro, 2007), e também problemas relacionados a má gestão pública do recurso, dentro de um modelo econômico que busca resultados imediatistas (Targa e Batista, 2015).

Fonte: SCielo


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