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Análise de sistema de reuso de águas cinzas – Estudo de caso em prédio de universidade federal no semiárido

Resumo

O reuso de águas cinzas é sinônimo de sustentabilidade e se apresenta como forte expectativa às gerações futuras no que diz respeito a economia e sustentabilidade. Nessa perspectiva, este trabalho relata uma análise comparativa entre o consumo antes e depois da implantação de um sistema de reuso de águas cinzas em um prédio da Universidade Federal Rural do Semiárido – UFERSA, o Laboratório de Anatomia, Patologia e Técnicas cirúrgicas. O sistema pretende reduzir a demanda de água potável, devido à preocupação tida em torno de um cenário que apresenta grande risco de escassez, o qual vem sendo construído nos últimos tempos baseado em dados a cerca do crescimento de consumo e desperdício partido de práticas humanas. Verificou-se dados de consumo e vazão dos aparelhos sanitários para devidas análises, sendo chuveiros e lavatórios fornecedores de água para o tratamento, provido de filtração e desinfecção, e as bacias sanitárias receptoras de água tratada, além dos volumes totais e unitários para que fosse definido o volume mínimo a ser atendido para demanda, assim como o volume do reservatório para água de reuso. A cerca das conclusões, constatou-se a viabilidade de consumo favorável à implantação do sistema.

Introdução

O descaso humano com a administração dos recursos hídricos no Brasil vem tomando proporções alarmantes. O consumo de água só cresce e a preocupação com a renovação desse recurso não acompanha tal crescimento, a Agência Brasil diz que em relatório publicado pela Organização das Nações Unidas de 2015, o consumo de água nas últimas décadas cresceu duas vezes mais do que a população. Estimativa é que a demanda cresça ainda 55% até 2050.

Além do crescimento do consumo, ainda há o mau uso, o desperdício, a poluição nos mananciais e as perdas nas redes de distribuição de água. Nos últimos anos a preocupação com maneiras eficientes e eficazes de promover a sustentabilidade têm aumentado, de forma a garantir gradativamente o uso consciente dos recursos naturais.

As ideias mais difundidas sobre o assunto é a reutilização das águas cinzas para fins que não exijam água potável. Para isso, uma solução é a substituição de parte da água potável utilizada em uma residência por água de qualidade inferior destinada a fins menos nobres, tais como lavagens de pisos, calçadas, garagens, carros, descargas de banheiros, regas de jardins, entre outros, reduzindo assim a demanda sobre os mananciais. Para tanto, o aproveitamento da água de chuva e o reuso de água cinzas são alternativas que podem ser aplicadas. (NOSÉ, 2008)

Logo, o presente trabalho contém um estudo de viabilidade de consumo de água e implementação de um sistema de reaproveitamento de águas cinzas, tendo como estudo de caso um prédio de Universidade Federal no Semi-Árido atendendo aos critérios exigidos e recomendados pela NBR 5626 (1998) e NBR 8160 (1999) referentes a projeto de instalação predial de água fria e esgoto sanitário, respectivamente.

O prédio fica localizado no campus Universitário da Universidade Federal Rural do Semi Árido, BR 110, Km 47, Mossoró, Rio Grande do Norte. Consiste em um laboratório de Anatomia, Patologia e Técnicas cirúrgicas, o qual foi submetido ao cumprimento dos objetivos desse trabalho, sendo a realização de uma análise e o dimensionamento de um reservatório de reuso de águas cinzas para utilização em fins não potáveis afim de reduzir o consumo de água potável. Para isso, foi necessário verificar o levantamento da vazão necessária para suprir as necessidades do prédio, estudar como será o encaminhamento da água cinza para tratamento, estudar o retorno da água para o consumo direto e avaliar a viabilidade de consumo.

Os resultados foram obtidos através de comparativos entre levantamentos de dados de consumo de água potável e quantidade de águas cinzas levadas a disposição final de esgoto previsto em projeto hidrossanitário tradicional e projeto hidrossanitário com reuso de águas cinzas.

Autores: Monaliza Holanda Ribeiro;  Valder Adriano Gomes de Matos Rocha e Francisca Joyce dos Santos Bandeira.

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