BIBLIOTECA

Smart Plant: A tecnologia em prol do reaproveitamento de resíduos de ETEs

Resumo

O desenvolvimento humano sempre esteve vinculado ao consumo de recursos naturais. Com impactos ao meio ambiente mais evidentes, o crescimento sustentável tornou-se uma exigência. Nesse sentido, os resíduos ainda são um problema que muitos países não solucionaram, mesmo aqueles provenientes das Estações de Tratamento de Esgotos (ETE). Porém, em países desenvolvidos, novas tecnologias de reaproveitamento de resíduos como a SMART Plant têm sido estudadas e aplicadas, alcançando resultados positivos na obtenção de subprodutos industriais. Na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), as ETEs utilizam o processo convencional de lodos ativados, gerando água de reuso e lodo desidratado como principais resíduos, mas há pouquíssimo reaproveitamento. Assim, para adicionar informações à literatura técnica brasileira sobre a tecnologia SMART Plant, este artigo tem como objetivo apresentar seu conceito, processos e produtos que podem ser reaproveitados e obtidos, e como as ETEs da RMSP poderiam ganhar com a implantação dessa tecnologia, agregando valor econômico e benefícios para o meio ambiente e para a população. Após análise dos dados, percebeu-se que as ETEs da RMSP poderiam se beneficiar economicamente e impactar positivamente no meio ambiente se aplicassem a tecnologia, principalmente por estarem próximas à áreas industriais, atingindo o grande objetivo de se desenvolver com sustentabilidade.

Introdução

A humanidade tem se desenvolvido em diferentes aspectos econômicos e sociais, entretanto, essa evolução impactou diretamente os recursos naturais. Assim, o uso desenfreado dos recursos tornou eminente a necessidade de um desenvolvimento mais sustentável, que é um conceito onde as necessidades atuais dos seres humanos sejam supridas de forma que as próximas gerações possuam os mesmos recursos para seu uso e desenvolvimento.

Dentre os recursos naturais explorados, a água é imensamente importante para a manutenção da vida e do meio ambiente. Porém seu elevado consumo como matéria prima e para uso pessoal geram grandes volumes de esgoto. Portanto é de suma importância que novos mecanismos e tecnologias para tratamento de esgoto sejam criados, testados e modificados, a fim de que o esgoto seja lançado no corpo receptor causando o menor impacto possível.

Nas Estações de Tratamento de Esgotos (ETE), onde os esgotos coletados são tratados antes do lançamento no corpo receptor, os componentes poluidores são separados da água por diferentes etapas de tratamento, que acontecem em duas fases: a sólida e a líquida. Com isso, obtém-se lodo desidratado – o qual é disposto em aterros sanitários – e a água, sem 90% das impurezas, o qual é devolvido aos rios ou reaproveitado para limpar ruas, praças e regar jardins.

Atualmente, as ETEs brasileiras não possuem procedimentos para transformação dos resíduos do tratamento em novos subprodutos, perdendo uma ótima oportunidade para recuperação do meio ambiente já bastante degradado. Mas essa situação vem mudando em países desenvolvidos. Um exemplo disso é a Smart Plant, uma nova tecnologia que potencializa o tratamento de esgoto, recuperando produtos e matérias-primas reutilizáveis sem prejuízo à cadeia produtiva, proporcionando diminuição de custos e benefícios ao planeta.

Assim, para que essa tecnologia possa ser utilizada também nas ETEs brasileiras, faz-se necessário entendê-la de forma a se avaliar onde poderia ser aplicada e quais subprodutos poderia gerar. É exatamente nessa linha que este artigo pretende atuar, apresentando a tecnologia Smart Plant, suas etapas e métodos, e possíveis subprodutos que poderiam ser gerados em ETEs da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP).

Autores: Isabelly Silva Siqueira; Karyn Lopes Vasconcello; Lara Batista Barreto dos Santos e Daniel de Almeida Silva Gonçalves.

ÚLTIMOS ARTIGOS: