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Influência do pH e CO2 no teste de solubilização em agregados naturais e reciclados

Resumo

A geração dos Resíduos da Construção Civil (RCC) traz grande impacto ambiental, desde a extração dos recursos naturais até o descarte inadequado, sendo de grande importância econômica e ambiental a reciclagem dos agregados. Este trabalho teve como objetivo investigar o comportamento do pH, em presença ou ausência de (CO2), durante o teste de solubilização de 2 amostras de agregados natural (AN): areia e brita 12 e, 2 amostras de areia e brita 12 como agregados reciclados (AR), gerados na Usina de Beneficiamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil (USIBEN) em João Pessoa/PB. Nas quatro amostras estudadas verificou-se um decréscimo na variação do pH, tendendo a estabilizar-se em torno de pH 7,0, o que diminui o risco de liberação de contaminantes para o meio ambiente. Apesar de resultados positivos, os agregados reciclados necessitam de mais estudos para que sejam utilizados sem riscos ao meio ambiente.

Introdução

No desenvolvimento econômico e social do Brasil, a indústria da construção civil é muito importante, porém como é um grande gerador de Resíduos da Construção Civil (RCC), causa impactos ambientais, desde a extração dos recursos naturais até o descarte inadequado dos resíduos em áreas de mananciais e de preservação ambiental. A Construção Civil se depara com o grande desafio de conciliar sua atividade produtiva e lucrativa com o desenvolvimento sustentável consciente.

Segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas, definido no Relatório de Brundtland, desenvolvimento sustentável é aquele capaz de suprir as necessidades dos seres humanos da atualidade, sem comprometer a capacidade do planeta para atender as futuras gerações. Portanto, é o desenvolvimento que não esgota os recursos, tornando-os perenemente disponíveis, se possível (ONUBR, 2017).

Os RCC por serem heterogêneos podem ser constituídos por elementos perigosos como metais pesados, por isso deve-se levar em conta o tipo de resíduo, a tecnologia empregada e a utilização proposta para o material reciclado. Antes de qualquer reutilização é importante avaliar os riscos da sua aplicabilidade para que não comprometa o meio ambiente e a saúde pública, sejam nos aspectos físicos, químicos e ambientais.

Grande parte dos estudos de reciclagem/reutilização dos RCC são direcionados para os aspectos qualitativos – textura, forma, granulometria, cor, resistência mecânica e aglutinação, como exemplos os estudos de (LIMA, 1999); (NICOLAU, 2008); (QUEIROZ E MELO, 2012); (SAMPAIO, 2013), (DELONGUI, 2016), entre outros. Sendo assim, faz-se necessário complementar os aspectos qualitativos a partir das características físicas e químicas dos RCCs, a fim de evitar danos ao meio ambiente e riscos à vida humana.

A partir do teste de solubilização, é possível investigar a possível liberação de compostos químicos presentes nos agregados reciclados, que possuem potencial de contaminação de solo subjacente e de águas superficiais e/ou subterrâneas. Como exemplo, a influência do pH (Potencial Hidrogeniônico) na liberação de compostos contaminantes ao longo do tempo (ENGELSEN et al., 2012).

Na cidade de João Pessoa/PB, foi promulgada em 10/10/2007 a Lei Nº 11.176 (João Pessoa, 2007), que dá diretrizes para o gerenciamento dos RCC e institui o Plano Integrado de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil, onde os geradores são responsáveis pelos resíduos gerados por suas atividades, bem como o destino final que deve ser o encaminhamento para a Usina de Beneficiamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil (USIBEN) ou pontos de coleta definidos pela prefeitura. A USIBEN transforma os entulhos em agregados reciclados, que podem ser usados em pavimentação de vias urbanas e construção de casas populares.

Este trabalho teve como objetivo analisar a variação do pH na presença e ausência de CO2 no teste de solubilização, das frações de areia e brita 12, no estado natural e como agregado reciclado, oriundos da USIBEN situada na cidade de João Pessoa/PB.

Autores: Viviane Rangel Gomes Silva; Elisângela Mª Rodrigues Rocha e Ricardo Almeida de Melo.

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