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Aplicação do PAC para remoção de fósforo do efluente da ETE Mãe-Bá – ES

Resumo

A estação de tratamento de esgoto (ETE) Mãe-Bá, localizada no município de mesmo nome no Estado do Espírito Santo, é operada pela Companhia Espírito Santense de Saneamento (CESAN) e possui limite outorgado máximo de 1,0 mg/L de fósforo total para o lançamento do efluente tratado na lagoa Mãe-Bá. Para atendimento a este limite faz-se necessário uma etapa de tratamento com desfosforação físico-química do efluente, cujo projeto da ETE já contemplava. A CESAN utilizava o coagulante cloreto férrico para esta finalidade, entretanto, diversas dificuldades na aplicação do produto foram surgindo ao longo dos anos de operação, como por exemplo, corrosão das tubulações pelo cloreto férrico, manutenção da dosagem ótima do produto, coloração amarelada do efluente final, custos e trâmites para aquisição do produto, e, principalmente, o não atendimento a portaria de outorga de lançamento do efluente. Neste cenário, a área operacional responsável pelo tratamento decidiu por testar novo coagulante para dirimir as dificuldades apresentadas anteriormente, e obteve sucesso nos resultados de remoção de fósforo do efluente tratado na ETE Mãe-Bá com a aplicação do policloreto de alumínio (PAC).

Introdução

A estação de tratamento de esgoto (ETE) Mãe-Bá possui tratamento do tipo UASB (Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente) + BF (Biofiltro Aerado Submerso) + DS (Decantador Secundário) acrescido de sistema de desfosforação físico-química do efluente. A ETE opera com eficiência média de remoção de DBO acima de 90%, foi projetada para vazão média de 4,0 l/s e atualmente opera com vazão média de 2,83 l/s. O corpo receptor é a Lagoa Mãe-Bá.

O início de operação da ETE ocorreu em 2009, sendo que de 2012 até 2016 utilizou-se o cloreto férrico como coagulante para remoção de fósforo do efluente. Este sal, ao se combinar com o fósforo forma um precipitado que sedimenta no decantador secundário podendo ser removido do sistema através do descarte de lodo. Para o processo ser efetivo era necessário realizar um ajuste fino da dosagem. Dessa forma, mesmo após diversos testes e ajustes verificou-se que a única forma de dosagem que se mostrava efetiva, porém com resultados pouco satisfatórios, seria a aplicação da solução bruta, em grande quantidade. Contudo, os resultados laboratoriais indicavam que, para grande parte das amostras, o limite de fósforo outorgado (1,0 mg/L) não era atendido.

A dosagem do cloreto férrico bruto possuía ainda outro agravante por produzir uma coloração amarelada ao efluente final da ETE, conforme observado também por Silva (2014). Este fato impactava no aspecto estético do lançamento e era alvo de grande rejeição e reclamações recorrentes por parte dos usuários da Lagoa de Mãe-Bá, que atribuíam a coloração à ineficácia do tratamento. Ainda, devido ao não atendimento ao padrão de lançamento de fósforo em alguns períodos, a CESAN recebeu diversas notificações do órgão ambiental.

Devido à dificuldade nos trâmites para aquisição do cloreto férrico (licitação), sendo esta ETE a única da CESAN que ainda utilizava o produto em 2017, e tendo que atender a portaria de outorga de lançamento que considera que a concentração máxima de fósforo total no efluente tratado pode ser até 1,0 mg/L, surgiu a necessidade de testar outro produto para alcançar a desfosforação do efluente.

Autores: Juliana Guasti Lozer; Cinthia Gabriela Freitas Ribeiro Vieira Reis e Nadja Lima Gorza.

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