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Gênese, ocorrência e tecnologias de tratamento para o excesso de flúor na água subterrânea, com ênfase a região metropolitana de São Paulo

Resumo: Ao longo dos últimos anos temos observado um aumento na concentração do Íon fluoreto, na água de um grande número de poços, sendo que em muitos deles o valor tem ultrapassado 1,5 mg/l, que é o limite máximo permitido para água potável no Brasil. Acreditamos que a periodicidade de seis meses para análise dos anexos I, VII e X da MS 2.914, exigida em São Paulo, tem contribuído para expor o problema, e há uma necessidade eminente de se tratar esta água para adequação aos limites desejados. Neste trabalho tratamos da Gênese, Ocorrência e Tecnologias Atuais de Tratamento para o excesso de flúor, com ênfase nos poços da Região Metropolitana de São Paulo – RMSP, que tem demonstrado maior número de casos com flúor na água, e elevação dos teores encontrados. Acompanhamos casos desde 2003, onde a maioria relatada de poços com excesso de fluoreto no Estado de SP se encontravam dentro da Bacia do Paraná, com uma concentração na porção Norte e Noroeste do Estado, e também ocorrências na borda da Bacia do Paraná e Bacia do Médio Tietê. O notado aumento dos casos na RMSP nos motivou a aprofundar os estudos e elaborar o presente trabalho.

Introdução: A ocorrência de excesso de fluoreto em poços na Bacia Sedimentar do Paraná no Estado de São Paulo não é novidade, sendo mapeada e estudada, porém a ocorrência de casos na Região Metropolitana da Cidade de São Paulo – RMSP não havia sido documentada e estudada até o ano de 2004, onde foram encontrados valores próximos de 2,37 mg/l, chegando a atingir 12 mg/l em ponto isolado (Martins Netto et al, 2004). Ao longo destes últimos 12 anos tem observado um aumento no número de casos de existência de fluoreto na água subterrânea, sendo muitos em valores próximos de 1,0 mg/l, e também um aumento nos casos de valores superiores ao máximo permitido para água potável, de 1,5 mg/l de fluoreto, chegando ao redor de 3,0 mg/l.

17                                                    Figura 1. Distribuição das Concentrações de Fluoreto do Estado de São Paulo – Silva, M.C.B – 2011, com os principais aquíferos

Sem uma análise comparativa de aquíferos ou condições Geológicas, encontramos regiões nos Estados Unidos com valores médios da ordem de 4,0 mg/l, demonstrando uma distribuição mundial do problema. Devemos considerar que praticamente a totalidade dos poços da Região Metropolitana de São Paulo é destinada a consumidores privados e não ao abastecimento público (com exceção dos poços de sistemas isolados da Sabesp, e dos poços de sistemas de água Municipais da Região, que perfazem algumas centenas de poços), e desta forma as soluções devem ser práticas e com custos reduzidos, para viabilizarem sua implantação e correção do problema. As metodologias para redução do flúor na água de poços que temos empregado têm evoluído, com resinas mais eficientes e processos automáticos com custos mais acessíveis, o que facilitou as operações e viabilizou a correção de um grande número de problemas. Em casos mais complexos a osmose reversa pode ser utilizada, mas seu custo ainda se encontra na faixa de USD 6.000 a USD 8.000 por m³ de água a ser tratada, e devemos considerar ainda que existem perdas neste sistema, e assim não se pode considerar 100 % da vazão total do poço como sua produção. Neste trabalho são discutidos alguns casos em fase de tratamento, e as metodologias aplicadas, englobando as resinas, campanhas, e processos de regeneração, que foram ajustados ao longo dos anos, e assim permitiram grande eficiência nos tratamentos, com custos menores de implantação e operação. O aprendizado ao longo do tempo foi determinante para um correto dimensionamento das resinas e melhoria nos processos de controle de interferentes e na regeneração, utilizando como base não somente as recomendações de cada fabricante das resinas, mas também um extenso banco de dados de resultados de anos de operação, que proporcionou excelentes resultados como custos menores.

Autores: José Paulo Godoi Martins Netto; César Bianchi Neto; Fernando Wili Bastos Franco Filho; Cristiane Siqueira Braga Ramos; Nicholas Panteliou Lima e Bruno Fernandes Brunelli.

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