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Benchmarking de desempenho entre as operadoras de água e esgoto das bacias PCJ

Resumo

O benchmarking é uma das ferramentas mais importantes para analisar os desempenhos, gerar bases de aferição e promover a comparação entre prestadoras de serviço. Dessa forma o presente trabalho apresenta um estudo de benchmarking para analisar o desempenho entre as operadoras de água e esgoto das Bacias PCJ. Optou-se pela utilização de benchmarking métrico total não paramétrico, mais especificamente a Análise Envoltória de Dados – DEA. Em essência, a DEA é uma técnica de programação linear matemática que converte múltiplos inputs e outputs em uma única medida de eficiência para cada operadora. Os resultados apontam que, das 57 operadoras estudadas, somente 1 está operando de forma eficiente, com base na eficiência global, DEA-CRS. Avaliando somente a eficiência técnica pura, DEA-VRS, se percebe que 5 operadoras estão operando de forma eficiente. 63% das operadoras estão operando em alta eficiência de escala. A estrutura de benchmarking aqui apresentada pode ser utilizada pelas operadoras para identificação de seu benchmark e de suas folgas em relação às operadoras que estão na fronteira de eficiência. A estrutura também pode ser utilizada pelas entidades reguladoras para calcular o Fator-X que determina o Price Cap.

Introdução

A ferramenta benchmarking está bem estabelecida como um tema de pesquisa científica. Para o setor de abastecimento de água, várias pesquisas o apontam como uma ferramenta com alto potencial para incrementar desempenho e eficiência das operadoras, como os de Cubbin e Tzanidakis (1998), Berg (2003), Corton (2003), Tupper e Resende (2004), Lin (2005), Seroa Da Motta e Moreira (2006), Kun, Talib e Redzwan (2007), Mugisha (2007); Picazo-Tadeo, Sáez-Fernández e Gonzáles-Gómez (2008), Corton e Berg (2009), Singh, Upadhyay e Mittal (2010), Romano e Guerrini (2011), Singh, Mittal e Upadhyay (2011), Carvalho, Marques e Berg (2012), Marques, Berg e Yane (2014), Storto (2014) e Wibowo e Alfen (2015).

O início do benchmarking acontece com os japoneses fazendo engenharia reversa de produtos americanos, mas somente ganha visibilidade e essa nomenclatura quando, em 1970, a Xerox publica os resultados dessa prática ao assimilar processos de sua concorrente, a Fuji (PARENA; SMEETS, 2001).

Essa ferramenta teve grande aceitação mundial, porque pode auxiliar qualquer tipo de instituição, sendo um instrumento útil na tomada de decisão, uma vez que permite encontrar e, posteriormente, implantar melhores práticas que conduzirão a um desempenho superior ao atual (CARPINETTI; MELO, 2002).

O fundamental objetivo do Benchmarking é o de promover a mudança na gestão e encontrar o melhor desempenho para produtos, serviços ou processos de qualquer tipo de instituição e, assim, promover a melhor satisfação do cliente. O foco está em implantar as melhores práticas, que se traduzem no desempenho superior, sendo que às instituições com melhores práticas de desempenho dá-se o nome de “melhores práticas” e a seu respectivo desempenho “nível de desempenho superior” (FONG; CHENG; HO, 1998).

Helgason (1997) sugere que o benchmarking pode ser utilizado para comparar e avaliar objetivamente o desempenho das organizações; para criar uma pressão contínua de melhoria; para revelar áreas ou processo especícifocs que necessitam ser melhorados; identificar as melhores práticas e adotá-las; verificação de andamento de planos de melhoria.

Especificamente para os serviços de água, Water and Sanitation Program (2010) identifica que o benchmarking pode ser utilizado para promover a eficiência no contexto de monopólio, para apoiar o planejamento e a avaliação do setor e para identificar e partilhar as melhores práticas.

Nesse mesmo sentido, no setor de água o benchmarking permite simular ambientes de concorrência, comparando aspectos de gestão, identificando e medindo ineficiências, observando o impacto das decisões nas melhorias, dimensionando os incentivos para a melhora, além de assegurar o bom desempenho (ROMERO; FERRO, 2008; SEPPÄLÄ, 2015).

O benchmarking é uma das ferramentas mais importantes para analisar os desempenhos, gerar bases de aferição e promover a comparação entre as prestadoras de serviços (BERG, 2003), dessa forma o presente trabalho apresenta um estudo de benchmarking para analisar o desempenho entre as operadoras de água e esgoto das Bacias PCJ.

Autores: Tiago Balieiro Cetrulo; Natália Molina Cetrulo; Tadeu Fabrício Malheiros; Rui Domingos Ribeiro da Cunha Marques e Aline Doria de Santi.

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