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Avaliação e adaptação do desempenho ambiental de uma estação de tratamento de efluentes compacta e energeticamente autárquica

Resumo

O tratamento de esgoto ainda é tema preocupante em países em desenvolvimento, como o Brasil. O objetivo desse trabalho é adaptar e avaliar o desempenho ambiental de uma estação de tratamento de efluente (ETE) compacta e energeticamente autárquica. Projetos como esse apresentam grande importância para o desenvolvimento, proteção ambiental e da saúde da população de países onde falta investimento em saneamento básico. A ETE compacta em estudo é a BioTopp e foi instalada na Universidade de Stuttgart recebendo efluente de um equivalente populacional de 6 pessoas. Parâmetros como volume de lodo, demanda bioquímica de oxigênio (DQO) e nitrogênio foram analisados. Os resultados mostraram que a planta atinge as condições préestabelecidas para remoção de nutrientes, através da nitrificação e desnitrificação, além de redução de carga orgânica. A ETE BioTopp apresentou eficiência na remoção de DQO até 93% e de amônio até 94%. Conclui-se por fim, que a planta se apresenta como uma alternativa viável para residências, hotéis ou fazendas sem acesso a saneamento. Além disso, a ETE BioTopp foi operada sem requerimento de manutenção, energeticamente autárquica e com baixa geração de lodo.

Introdução

Aproximadamente 1,3 bilhões de pessoas no mundo sofrem com falta de acesso a água potável e, em torno de, 3 bilhões de pessoas não têm acesso a disposição adequada de esgoto. Estima-se que 10 mil pessoas morrem todos os dias por doenças relacionadas a falta de saneamento básico e muitas outras sofrem com doenças debilitantes.

De acordo com a Agência Nacional de Água (ANA), em média, 43% da população brasileira está conectada a sistemas de tratamento de esgoto, 12% possui tanque séptico, 18% do esgoto é coletado e não tratado e 27% não recebe coleta e/ou tratamento. Estados como Paraná e São Paulo apresentam valores maiores para coleta e tratamento. No Paraná, 64% do esgoto é coletado e tratado e 11% recebe uma solução individual. Já em São Paulo, 76% é coletado e tratado. Porém, em Rio Grande do Norte, apenas 24% é coletado e tratado e 22% apresenta solução individual.

Na Alemanha, de acordo com o Instituto Federal de Estatística da Alemanha (Statistisches Bundesamt), em 2010, aproximadamente 95,7% da população estava conectada a rede coletora de esgoto, 3,4% tinha solução individual e apenas 0,09% do esgoto gerada não recebia nenhum tipo de tratamento. Além disso, mais de 2,2 milhões de pessoas estão estavam conectadas a estações de tratamento compactas em 2014.

ETEs compactas são utilizadas por muitos países, que incluem Alemanha, Dinamarca e China, como um tratamento eficaz de efluentes com remoção de nutrientes, sendo consideradas uma melhor solução quando comparadas com tanques sépticos e uma maneira de evitar uma descarga de efluentes em receptores como rios, lagos ou oceano.

Em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, como o Brasil, o manejo de água e esgoto ainda é um problema preocupante, ainda mais em áreas remotas, rurais e pobres, onde há falta de recursos financeiros, operacionais e energéticos.

Autores: Francine Santiago Bucco; Karen Juliana do Amaral; Daniela Neuffer e Uwe Menzel.

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