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Contaminação por ferro em poço artesiano-solução do problema de abastecimento no bairro Colônia

Resumo

Os poços tubulares profundos são cada vez mais utilizados como forma de abastecimento ou complemento em situações atípicas. A água subterrânea pode apresentar contaminações por agentes externos, quando há má operação e execução, ou por razões intrínsecas à sua formação geológica. A água pode apresentar níveis de compostos químicos, como Ferro (Fe) e Manganês (Mg) por exemplo, acima do estabelecido pelo Ministério da Saúde. Estes compostos podem não apresentar perigo do ponto de vista toxicológico, mas sim organoléptico e estético (louças manchadas e água avermelhada) para a população, além de problemas operacionais para a Companhia (ex.: incrustações, corrosão). O presente trabalho vem relatar a solução encontrada para o caso do Poço Colônia localizado no distrito rural de Parelheiros, São Paulo. O poço apresentou níveis de ferro e manganês com projeções preocupantes no ano de 2017. Logo, iniciou-se estudos para propor soluções para o problema. A solução encontrada foi desativar o poço e realizar o abastecimento da região pelo Sistema Integrado Metropolitano (SIM) através da interligação com o reservatório de Parelheiros. As análises físico-químicas e bacteriológicas realizadas logo após a desativação do poço apresentaram 100% das amostras em conformidade com os parâmetros necessários, comprovando a eficácia da solução adotada.

Introdução

O planeta terra possui cerca de 1.386 milhões de quilômetros cúbicos de água. Apenas 2,5% são de água doce, dos quais 68,7% são de água congelada nas calotas polares e 31,3% na forma de rios, lagos e água subterrânea, porém apenas 0,007% é o que efetivamente está disponível para consumo humano (ANEEL, 2000). Infelizmente por muito tempo acreditou-se, devido ao ciclo hidrológico da água, que esta seria um bem renovável, porém essa concepção mostrou-se errada, pois devido as atividades humanas como desmatamento, emprego indiscriminado de defensivos agrícolas, assoreamento de rios e nascentes, impermeabilização dos solos, poluição da atmosfera, ocupação de mananciais, etc., a disponibilidade de água potável vêm sendo alterada. Consequentemente, a população mundial têm sofrido com o grande aumento da escassez.

Os poços tubulares profundos são cada vez mais utilizados como alternativa de abastecimento durante esses períodos de escassez ou em lugares onde o abastecimento por água superficial não é possível. Segundo a CETESB, no Estado de São Paulo cerca de 80% dos municípios são abastecidos total ou parcialmente por águas subterrâneas, atendendo mais de 5,5 milhões de habitantes.

As águas subterrâneas apresentam maior proteção contra contaminantes que as águas superficiais (PICANÇO et al., 1988). Porém, a contaminação ainda pode ocorrer devido à falhas de construção de poços, negligência humana ou por ocorrência natural, o que acontece com a presença de elementos como ferro (Fe) e Manganês (Mn). Assim, o tratamento e a fiscalização da qualidade da água subterrânea são necessários para que a qualidade seja mantida e a população não seja prejudicada.

Autores: Eliete Conceição da Silva; Marcia Cecília G. S. Costa e Richard Welsch.

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