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Clarificação da água usada no abastecimento da cidade de Pau dos Ferros – RN, utilizando sulfato de alumínio como coagulante combinado com Moringa oleífera LAM

Resumo

A partir da realização de testes em escala de bancada, simulando etapas do tratamento de ciclo completo com coagulação, floculação e sedimentação, o presente estudo teve como objetivo estudar a clarificação da água superficial usada para abastecer a cidade de Pau dos Ferros, Rio Grande de Norte, utilizando sulfato de alumínio como coagulante combinado com Moringa oleífera Lam. Os ensaios foram realizados em quatro etapas, utilizando condições fixas de mistura rápida (MR), tempo (TMR), gradiente médio de velocidade (GMR), condições fixas de floculação (gradiente médio de velocidade e tempo de floculação), além de fixar o tempo de sedimentação. Na primeira etapa dos testes foi utilizado apenas sulfato de alumínio como coagulante, variando a dosagem deste entre 5 e 60 mg/L, sem uso de Moringa e sem acréscimo de soluções acidulante ou básica para variar os valores de pH. Ao se obter a melhor condição de remoção de cor e turbidez, esta dosagem de coagulante foi fixada na segunda etapa tendo sido variados os valores de pH de coagulação. Na terceira etapa foi fixada a dosagem de sulfato de alumínio e variou-se a dosagem de Moringa, não sendo usada soluções básica ou ácida para variação de pH. Por fim, a quarta etapa da pesquisa foi realizada com dosagem fixa de sulfato de alumínio definida ao término da primeira etapa e usando três dosagens de Moringa com melhores resultados de remoção de cor aparente e turbidez, havendo variação dos valores de pH. Com isso, os resultados obtidos sugeriram a possibilidade de obter uma melhor clarificação da água estudada quando foi utilizado sulfato de alumínio como coagulante combinado com Moringa oleífera Lam. em comparação a sulfato de alumínio sozinho. Para resultados mais conclusivos quanto a tratabilidade da água estudada, faz-se necessária a realização de outros testes, com pesquisa de outros coagulantes e outras tecnologias de tratamento.

Introdução

A água constitui o recurso natural mais importante para o homem, tendo em vista que esta se faz necessária para a realização de todas as suas atividades, desde o seu uso na indústria, na agricultura, na geração de energia, abastecimento humano e outros. As cidades foram crescendo nas margens dos rios, dada a necessidade do homem de coletá-la para seu consumo, porém as atividades humanas foram aumentando e estas gerando cada vez mais poluentes, o que tem ocasionado degradação de muitos mananciais. Dessa forma, dependendo do uso pretendido, se faz necessário o tratamento da água natural, como é o caso do uso para consumo humano. Para este uso, especificamente, a qualidade da água deve atender o padrão de potabilidade, sendo isso relevante, pois a água pode ser veículo de transmissão de doenças.

No âmbito da região Nordeste brasileira, considerando a estiagem severa que ocorre com certa frequência, a disponibilidade de água para abastecimento humano se compromete cada vez mais, e com isso aparecem as dificuldades de tratamento para a água mais escassa e consequentemente com maior concentração de agentes poluidores. Qualquer água pode ser potabilizada, desde que seja dado o tratamento adequado que nem sempre sai a um custo acessível. Todavia, deve-se buscar pela alternativa mais viável para o abastecimento de uma  cidade, visando uma melhor relação custo/benefício que atenda o padrão de potabilidade imposto pela legislação, que no caso do Brasil, é a Portaria n° 2.914/2011 do Ministério da Saúde.

A Portaria n° 2.914 (BRASIL, 2011) dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, considerando como água potável a água que atende aos limites estipulados pela referida portaria e que não ofereça riscos à saúde humana.

Em termos de tratamento de água, de um modo geral, para cada manancial a solução a ser adotada depende, entre outras coisas, da qualidade da água bruta, da disponibilidade de mão-de-obra operacional e disponibilidade de recursos financeiros a serem utilizados na implantação e operação de um sistema de tratamento. Ressalte-se que o tratamento pode ser definido como o conjunto de processos e operações realizados com a finalidade de adequar as características físico-químicas e biológicas da água bruta (DI BERNARDO, 2003).

A importância da execução de análises e exames em laboratórios, como a realização de ensaios em instalações de bancada ou em instalações piloto com escoamento contínuo, se dá para que algumas tecnologias de tratamento sejam consideradas inicialmente e outras descartadas (DI BERNARDO; BRANDÃO; HELLER, 1999).

Neste contexto, este trabalho teve por objetivo estudar a clarificação da água superficial usada para abastecer a cidade de Pau dos Ferros, Rio Grande do Norte, utilizando sulfato de alumínio como coagulante combinado com Moringa oleífera Lam. em testes de bancada simulando parte de um sistema convencional.

Autores:Amanda Bezerra de Sousa e Solange Aparecida Goularte Dombroski.


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