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Otimização das dosagens de peróxido de hidrogênio e coagulantes inorgânicos visando a remoção de cianobactérias e cianotoxinas na ETA Gravata, PB

Resumo

A água é um bem finito de extrema importância para o desenvolvimento dos povos, mas devido a fatores como crescimento populacional e grande exploração deste recurso, o balanço hídrico está sendo afetado. A escassez física desse recurso está intimamente ligada à falta de um processo efetivo de gestão dos recursos hídricos e conscientização da população que usufrui deste bem tão importante, o que leva na maioria das vezes na redução de sua qualidade. Uma das maiores preocupações em relação à qualidade desse recurso é a excessiva presença de nutriente dissolvidos no corpo aquático o que leva na maioria das vezes ao rápido crescimento de algas e cianobactérias. As cianobactérias podem liberam toxinas intra(lise) ou extracelular, as quais não afetam somente a diversidade da biota aquática como também a população que usa esse recurso como fonte de água potável. O manancial Epitácio Pessoa, localizado no município de Boqueirão-PB se encontra em situação dramática de escassez hídrica, de acordo com a AESA – Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba, o referido reservatório chegou no seu período mais critico de estiagem com apenas 2,9 % da sua capacidade total aproximada de 11.000.000 m³. Logo o objetivo do presente trabalho foi realizar a otimização das dosagens dos coagulantes inorgânicos sulfato de alumínio e sulfato férrico, ambos associados com peróxido de hidrogênio, tendo como critério preponderante a redução da densidade das células de cianobactérias. Os ensaios de tratabilidade foram realizados em escala de bancada com Jar test, onde procurou-se adotar os valores mais próximos das variáveis hidráulicas presentes na estação de tratamento de água. Foi possível direcionar quais as melhores condições de tratabilidade com intuito de obter remoção de cianobactérias e cianotoxinas, podendo assim ter duas possibilidades de tratamento com excelência na remoção de cianotoxinas e cianobactérias com vista a garantir os valores padrões preconizados na Portaria 2914/2011, por meio dos tratamentos com 10 mg.L-1 sulfato de alumínio e 2 mg.L-1 de peroxido de hidrogênio e com o tratamento utilizando 7,5 mg.L-1 de sulfato férrico, 3 mg.L-1 de peroxido de hidrogênio com correção de pH para promover o processo oxidativo avançado (Fenton).

Introdução

Extensiva atenção mundial está voltada para os recursos hídricos, pois observa-se um grande crescimento populacional interligado a uma ampla exploração deste recurso natural não renovável nos atuais modelos de consumo. Complementarmente, nota-se que este consumo está sendo feito de forma desordenada por diversos setores que demandam deste bem finito, afetando diretamente o balanço hídrico. Segundo Freitas e Santos, (1999) essa crise a qual é discutida mundialmente, torna-se cada vez mais grave neste terceiro milênio, por um lado, devido ao crescente aumento populacional anteriormente citado, e por outro, pelo o aumento da poluição dos recursos naturais e consumo excessivo, reduzindo assim sua qualidade e quantidade (balanço hídrico) deste  recurso. Adicionalmente, pode ser citado a falta generalizada de políticas que orientem a minimização dos desperdícios em diferentes escalas e de políticas de reuso de água servidas.

Devido a esta demanda exacerbada de água, observa-se, que em escala mundial este recurso demonstra-se cada dia mais escasso em quantidade e qualidade. ANA -Agencia Nacional de Águas (2005) afirma que a Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que em algumas décadas a água doce será o recurso natural mais escasso e disputado pela maioria dos países. Em condições de uso imediato e/ou simplificado, não haveria mais do que 0,01% do total de água do planeta. No Brasil, mas precisamente no semiárido Nordestino, apresenta-se irregularidades no regime de precipitação pluviométrica e uma alta taxa de evapotranspiração o que agrava ainda mais a escassez de água nessa região. Grandes metrópoles, tais como Campina Grande-PB e vem sofrendo problemas de racionamento de água devido ao baixo volume apresentado pelo reservatório. Por causa dessa problemática a ANA conjuntamente com a AESA estabeleceram uma resolução em 21 de novembro de 2016 (Resolução Conjunta ANA-AESA nº 1.397/2016), a qual fixou novas regras de uso, somente sendo eles para consumo humano e dessedentação animal.

Além disso, esta resolução deu ao monitoramento especifico a qualidade em relação à cianobactérias e cianotoxinas (microcistina, saxitoxina, cilindrospermopsina) o deverá ser realizado na água no ponto de captação. A partir dessa problemática buscou-se um método para promover a remoção de ambas por meio de oxidação no processo de tratamento de água, na ETA em estudo. Após uma exaustiva pesquisa em referencial teórico: Chen et. al. (2016); Fana et al. (2014); He et.al. (2012); Qian et.al. (2010); Zhonga et.al (2009). Verificou-se que o peróxido de hidrogênio apresentava-se como um promissor oxidante para o controle de cianobactérias e degradação de cianotoxinas diversas.

Assim, o objetivo do presente trabalho é realizar a otimização das dosagens dos coagulantes inorgânicos sulfato de alumínio e sulfato férrico, ambos associados com peróxido de hidrogênio, tendo como critério preponderante a redução da densidade das células de cianobactérias, combinado com a redução de cianotoxinas na água tratada em escala de bancada, proveniente da captação da Estação de Tratamento de Água Gravatá-PB, utilizando os parâmetros hidráulicos, da mesma. Como objetivos específicos podem ser destacados a avaliação da remoção de cor e turbidez para combinações dos coagulantes estudados com peroxido de hidrogênio, assim como a analisar a ocorrência de processos oxidativos avançados com uso de peroxido de hidrogênio e sulfato férrico.

Autores: Antônio Cavalcante Pereira; Ronnan Barbosa dos Santos; Luan Gabriel Xavier de Souza; Weruska Brasileiro Ferreira e Ronaldo Amâncio Meneses.

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