Resumo
A criação animal para produção de alimentos podem trazer impactos negativos pontuais e difusos. A suinocultura por exemplo, é uma atividade expressiva quando se fala em produção de carne no território brasileiro. Contudo, existe um grande repto quando se fala em produzir com qualidade, ambientalmente sustentável e ser economicamente viável. Assim o objetivo deste estudo foi desenvolver um Reator Anaeróbio Horizontal de Leito Fixo de baixo custo para realizar o tratamento de águas residuárias advindo de suinocultura de uma fazenda experimental. A partir do monitoramento de alguns parâmetros (pH, temperatura, cor, turbidez, sólidos totais, sólidos voláteis, acidez e alcalinidade) durante o período experimental, observou-se que o reator apresenta uma ótima alternativa para se tratar efluentes de suinocultura, sem necessitar de outro tratamento prévio. O emprego dos sistemas de tratamento anaeróbios no tratamento de águas residuárias de suinocultura se mostra vantajoso em relação aos métodos aeróbios, em vista do baixo consumo energético, bem como a produção de biogás, que tem se apresentado como insumo energético de grande importância na maioria das propriedades rurais. Para fins de pesquisas futuras, são plausíveis pesquisas sobre tratamentos que se mostre eficientes para realizar o pós-tratamento do efluente dos reatores, para possibilitar a utilização desta água para fins mais específicos, além da fertirrigação.
Introdução
A projeção do rebanho suíno no Brasil foi de aproximadamente 38 milhões de cabeças (IBGE, 2013), é o quarto plantel do mundo e também o maior produtor regional da América Latina, sendo que os sistemas confinados constituem a base da expansão suinícola (ANUALPEC, 2008). Grande parte da produção se concentra nos estados do Sul do país, mas destaque é dado ao Centro-Oeste, devido este abrigar a maior parte da produção de grãos, alimentos primordiais (milho e soja) para alimentação de suínos, além do grande salto na produção suinícola ocorrida nessa região nos últimos anos.
Além disso, devido a maior parte das suinoculturas no Brasil se concentrar em pequenas propriedades rurais, segundo Schmidt et al. (2007), aproximadamente 80% da produção de suínos encontra-se em unidades de até 100 hectares, muitas vezes os resíduos gerados não recebem o tratamento e destinação adequados, até mesmo pelo fato dos sistemas convencionais de tratamento se caracterizarem por altos preços de implantação e manutenção.
A digestão anaeróbia tem se apresentado como uma alternativa viável para o tratamento das águas residuárias de suinocultura, desta forma vem sendo estudada por diversos grupos no Brasil, devido as inúmeras vantagens que tem apresentado, como a remoção de altas concentrações de matéria orgânica, da produção de metano, da baixa produção de lodo e da pequena demanda de área (SÁNCHEZ et al., 2005 apud SANTOS, 2009).
Atualmente um método usual de tratamento anaeróbio de efluentes tem sido o RAFA ou UASB, no entanto este tipo de reator está sujeito a limitações, principalmente tratando-se de resíduos com alta concentração de sólidos. Portanto, objetivou-se neste trabalho a realização de um projeto que, de maneira sustentável e com um baixo custo de implantação, realize adequadamente o tratamento das águas residuárias do setor de suinocultura da fazenda experimental da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), possibilitando ao final deste tratamento, a minimização dos problemas ambientais decorrentes das suinoculturas.
Autores: Stuart C. Bueno Da Silva; Fernanda Ferreira da S. Santos; Luan Gonsalves Guimarães; Aldecy de Almeida Santos e Ivan Araújo Paiva.
