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Programa de conservação e reúso de água em edifícios construídos

Resumo

A escassez da água, a ausência de planejamento e o aumento da demanda desse recurso, torna necessário que as indústrias, empresas e instituições se preocupem com a disposição da água para suas necessidades. Possuir e executar um Programa para conservação e reúso da água será um diferencial no futuro. Essa medida pode baratear os produtos, servir como marketing verde e proporcionar uma posição de destaque em relação aos concorrentes. Este trabalho tem como objetivo principal a realização de um diagnóstico do consumo de água no Shopping da Zona Sul de São Paulo e a indicação de medidas potenciais para execução de um Programa de conservação e reúso de água no empreendimento. O estudo foi divido em três etapas principais, sendo a primeira o levantamento de dados primários e secundários, como características físicas e funcionamento do local, atividades realizadas, os principais agentes consumidores e histórico do consumo de água. Na segunda etapa foi realizado o levantamento dos hábitos dos consumidores, e a setorização das atividades por demanda. A terceira etapa foi destinada a elaboração de medidas visando à redução do consumo e o desperdício de água além da possibilidade de reúso de água no local. Em suma o trabalho mostra o potencial de uso racional e reúso de água aplicado a empreendimentos comerciais já construídos, como é o caso do Shopping objeto de estudo.

Introdução

A sobrevivência da humanidade depende de alguns recursos e mais essencialmente a água. É recurso vital para a agricultura, indústria e consumo humano, além de ser importante para o transporte, paisagismo, assimilação e transporte de efluentes, geração de energia e preservação de fauna e flora (HESPANHOL; MIERZWA, 2005). No período de tempo que se estendeu entre o final de 2014 e início de 2016, o estado de São Paulo enfrentou a maior crise hídrica de sua história. As represas do maior sistema de represamento e distribuição de água do estado, Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de boa parte da região metropolitana e cidade de São Paulo chegaram à segunda parcela do volume morto. A crise hídrica foi originada pela má gestão de recursos pelos administradores públicos e também pelo desperdício de água por parte da população, sendo esta, uma das principais afetadas pelos transtornos ocasionados pela crise. Para mitigar os ocasionais danos, foram utilizadas diversas medidas de conservação, dentre as principais, podemos destacar: Redução da vazão nos dutos, racionamento e incentivos financeiros em forma de desconto para aqueles que atingissem determina faixa de economia no consumo de água. Evidencia-se, portanto, a necessidade de que as indústrias e empreendimentos incorporem as práticas de conservação e reúso de água em sua cultura organizacional. Se medidas de prevenção tivessem sido adotadas antes da evidente crise, e os empreendimentos já utilizassem métodos conservacionistas, a população possivelmente não teria sido tão impactada com a escassez de água vivenciada. Visto a necessidade de trabalhos como este que demonstram os tipos de medidas que podem ser tomadas para conservar o recurso tão essencial para a vida. No presente estudo, são abordadas as vantagens de implantação de planos de conservação e reúso em edifícios construídos além de demonstrar a forma de avaliação do empreendimento para a implantação de um plano de conservação e reúso de água.

Autores: Beatriz Lionda Busti e Rodrigo de Freitas Bueno.

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