Resumo
O estudo tem por objetivo apresentar uma metodologia para o cálculo das reservas ativas subterrâneas – em especial para a parcela renovável – considerada como adequada à gestão dos recursos hídricos, com destaque para integração entre as suas componentes superficiais e subterrâneas – além de apresentar os resultados do cálculo da reserva ativa dos sistemas aquíferos da região Norte do Estado do Paraná, os quais foram comparados com aqueles apresentados pela ANA – Agência Nacional de Águas, mais especificamente na Avaliação da Disponibilidade Hídrica na Bacia do Rio Paranapanema (ANA, 2014), já que uma parcela das áreas se sobrepõe e são compostas dos mesmos litotipos geológicos analisados. A seleção da metodologia apresentada se baseou na sua relativa facilidade de obtenção e interpretação, mas também por poder já considerar – senão em toda, mas em grande parte – a parcela da reserva ativa que é explotada de forma não conhecida, através de poços mais superficiais não outorgados, uma vez que se baseia em dados da descarga de base dos rios, fator este fundamental no seu correto dimensionamento. Também se destaca por permitir análises pormenorizadas das variações que determinados sistemas aquíferos apresentam em distintas bacias hidrográficas, o que pode ser mascarado pelas outras metodologias, que em geral apresentam médias mais regionais das reservas ativas. Tal avaliação permitiu concluir que os resultados obtidos por ambas as metodologias são próximos e coerentes, sofrendo apenas variações mais significativas em aquíferos não tão relevantes, como nos aquitardes, ou em áreas mais complexas como o Sistema Aquífero Carste.
Introdução
O presente artigo tem por objetivo apresentar um método para o cálculo das reservas ativas subterrâneas – com destaque para a sua parcela renovável – e que pode ser considerada como a mais adequada para a gestão dos recursos hídricos, em especial no âmbito da integração entre as componentes superficiais e subterrâneas – bem como demonstrar os resultados da reserva ativa e, consequentemente, da disponibilidade hídrica de sistemas aquíferos da região Norte do Estado do Paraná. Os resultados foram comparados com aqueles apresentados pela ANA – Agência Nacional de Águas, mais especificamente na Avaliação da Disponibilidade Hídrica na Bacia do Rio Paranapanema (ANA, 2014), já que uma parcela das áreas se sobrepõe e são compostas dos mesmos litotipos geológicos analisados.
O estudo integra o Plano de Recursos Hídricos para a Região Norte do Estado do Paraná – PDRH, desenvolvido pela Companhia de Saneamento do Paraná – Sanepar, com uma visão de longo prazo (até 2065) e, valendo-se de um amplo estudo que abrangeu mais de 250 municípios do norte do estado, permitiu prever as demandas atuais e futuras para o adequado abastecimento de água da população da região.
Autores: Maurício Marchand Krüger; Cláudio Marchand Krüger; Rodrigo Pinheiro Pacheco e Marcos Cesar Santos da Silva.
