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Avaliação de oxidantes alternativos ao cloro para oxidação da água bruta de ETAs visando a redução da formação de Trihalometanos

Resumo

A pré-oxidação é adotada em algumas Estações de Tratamento de Água (ETAs) com diversas finalidades, como, principalmente, remover cor e oxidar a matéria orgânica. O cloro é o principal agente químico utilizado na pré-oxidação, mas em águas com elevados teores de matéria orgânica isto pode implicar no problema de formação de subprodutos, como os trihalometanos. No entanto, há outros oxidantes que podem ser aplicados para oxidar a matéria orgânica sem levar à formação de subprodutos da cloração. Neste contexto, o presente trabalho avaliou através de ensaios de bancada a eficácia de oxidantes alternativos, como o H2O2 e o Ácido Peracético, em comparação com o cloro, para minimizar a formação de trihalometanos. A redução dos componentes precursores foi avaliada pelos resultados de fluorescência (matriz de excitação e emissão) e o método estatístico PARAFAC. Embora preliminares, os resultados indicaram que os oxidantes são eficientes em reduzir os componentes da matéria orgânica e ao mesmo tempo não formar os trihalometanos após a simulação do tratamento em bancada. O estudo irá prosseguir com novos testes de bancada e, principalmente, piloto para melhor simular as condições de escala real e permitir a determinação dos melhores produtos e suas dosagens para cada ETA estudada.

Introdução

A pré-oxidação é adotada em algumas Estações de Tratamento de Água (ETAs) com diversas finalidades, como: remover algas, remover cor, melhorar a eficiência da coagulação, oxidar a matéria orgânica para impedir o desenvolvimento de biofilme nos filtros, evitar incrustações em membranas, remover metais específicos ou mesmo com a finalidade de desinfecção.

O cloro é o principal agente químico utilizado na pré-oxidação, processo também chamado de précloração. Contudo, a reação entre o cloro e os materiais orgânicos presentes nas águas de mananciais pode propiciar a formação de subprodutos da desinfecção, como os Trihalometanos (THM). A Portaria nº 2914/2011, do Ministério da Saúde, estabelece o Valor Máximo Permitido (VMP) de 0,1 mg/L para o THM total.

Uma alternativa para minimizar a formação dos THM é a substituição do agente químico aplicado na préoxidação. O peróxido de hidrogênio (H2O2), por exemplo, tem sido aplicado com sucesso para reduzir a formação de subprodutos em algumas ETAs da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Este produto é aplicado em baixas dosagens (entre 0,2 e 0,4 mg/L) no ponto de captação ou na chegada da ETA. Desta forma, o cloro só é aplicado em pontos posteriores do tratamento (inter ou pós-cloração), onde a concentração de matéria orgânica é menor devido aos processos convencionais de tratamento (coagulação, floculação e sedimentação).

Há, entretanto, outros agentes oxidantes ainda pouco avaliados para o mesmo propósito, como o ácido peracético. Este possui maior potencial de oxidação do que o H2O2 (em torno de seis vezes) e pode representar outra solução interessante em ETAs com elevadas concentrações de matéria orgânica na água bruta.

Neste contexto, o presente trabalho buscou avaliar dois oxidantes alternativos ao cloro, o H2O2 e o Ácido Peracético, na pré-oxidação de ETAs de tratamento convencional da RMSP.

Autores: Maria Ester da Silva O. Nakagawa; Joelma Mota Santos Silva e Allan Saddi Arnesen.

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