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Nova droga dá esperança contra superbactérias

Superbactérias

Descoberta Promissora: Medicamento da Roche pode Combater Superbactérias

O medicamento em desenvolvimento pelo laboratório farmacêutico suíço Roche avaliou apenas um tipo de bactéria. Entretanto, a maneira como funciona sinaliza que poderia ser eficaz contra outros micróbios.

Um medicamento em estudo traz raras promessas na luta contra superbactérias resistentes a antibióticos. Ele ter neutralizou com sucesso uma bactéria causadora de infecções que ameaçam a vida de pacientes de hospitais, segundo pesquisas. As superbactérias emergiram como uma grande ameaça à saúde, depois que antibióticos e outros tratamentos começaram a ficar ineficazes em razão de seu uso descuidado ou em excesso.

Embora o medicamento em desenvolvimento pelo laboratório farmacêutico suíço Roche tenha sido testado em apenas um tipo de bactéria, a maneira como funciona sinaliza que poderia ser eficaz contra outros micróbios – e encorajar os tão necessários investimentos em pesquisa na área.

“Descobrimos uma nova maneira de matar bactérias. É possível imaginar ajustes químicos para lidar com outros alvos”, disse Michael Lobritz, chefe global de doenças infecciosas na Roche Pharma Research & Early Development. Lobritz é coautor, ao lado de especialistas da Universidade de Harvard, dos dois artigos publicados sobre o assunto na revista “Nature” em 04 de janeiro.

Bactéria Acinetobacter baumannii

A Roche está na fase 1 dos ensaios clínicos em humanos da nova droga. O alvo é então uma bactéria conhecida como Acinetobacter baumannii resistente a carbapenêmicos (Crab, na sigla em inglês). O agente patogênico, causa sepse (infeçção generalizada) e pneumonia. Ela prolifera em hospitais, em razão da facilidade de transmissão entre pacientes debilitados por outras doenças.

Os pesquisadores desenvolveram uma molécula conhecida como peptídeo – um bloco de construção de proteínas – para enfraquecer a membrana externa do Crab. O peptídeo fez isso ao impedir o agente patogênico de carregar um composto chamado lipopolissacarídeo que reforça a resistência da membrana.

Há mais de meio século que nenhum novo antibiótico contra o Crab é
desenvolvido para uso em pacientes

O Crab é classificado como uma preocupação prioritária pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e uma ameaça premente pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças (agência federal dos Estados Unidos), em função dos riscos à saúde que representa e da falta de tratamentos eficazes. Há mais de meio século que nenhum novo antibiótico contra o Crab é desenvolvido para uso em pacientes.

A resistência antimicrobiana ocorre quando evolui a capacidade de bactérias, vírus, fungos e parasitas resistirem a tratamentos existentes, como os antibióticos. Ela já está relacionada a 5 milhões de mortes por ano, de acordo com a OMS.

Um problema tem sido a falta de financiamento para a descoberta de novos medicamentos. Isto porque,observa-se um forte aumento da resistência bacteriana aos mais antigos. Muitos medicamentos existentes derivam de produtos naturais. Com isto, o desenvolvimento deles exigiu menos investimento em pesquisa fundamental do que para outros tipos de produtos farmacêuticos.

Medicamento Zosurabalpin

O medicamento candidato contra o Crab, conhecido como zosurabalpin, também poderia ser eficaz contra outros agentes patogênicos que se tornaram resistentes a antibióticos tradicionais e ameaçam os pacientes hospitalares, segundo os cientistas. Esses outros agentes fazem parte da mesma classe de chamadas bactérias Gram-negativas, que têm estruturas de membrana externa semelhantes ao Crab.

O surgimento do zosurabalpin “abre a porta” para enfrentar esse grupo mais amplo de patógenos Gram-negativos, de acordo com Morgan Gugger e o professor Paul Hergenrother, da Universidade de Illinois, que não estiveram envolvidos na pesquisa. Entre os possíveis alvos estão a Pseudomonas aeruginosa e a Klebsiella pneumoniae, que causam infecções sanguíneas e pulmonares, e o Escherichia coli (E. coli), que provoca doenças intestinais e do trato urinário. A natureza da ação química do zosurabalpin, altamente direcionada, também poderia torná-lo menos destrutivo para as bactérias benéficas no intestino do que a maioria dos antibióticos tradicionais, escreveram Gugger e Hergenrother em um comentário, também publicado na “Nature”.

“A tendência em direção a antibióticos específicos para bactérias é um desenvolvimento novo, que pode ser facilitado por diagnósticos capazes de identificar rapidamente bactérias específicas prejudiciais em indivíduos infectados”, disseram Gugger e Hergenrother. (Tradução de Sabino Ahumada)

Fonte: Valor Econômico


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