BIBLIOTECA

Extração de mucilagem da Pereskia Aculeata Miller: Avaliação do rendimento e caracterização morfológica para posterior uso no processo de coagulação

Resumo

Plantas mucilaginosas vêm sendo estudadas para verificar a sua eficácia no tratamento de água, a fim de gerar lodos com maior biodegradabilidade. Dessa forma, o trabalho teve como objetivo extrair, caracterizar a morfologia do biopolímero da Pereskia aculeata Miller. Para isso, o biopolímero foi extraído das folhas da P. aculeata, e a caracterização morfológica foi realizada nas amostras não clarificadas e clarificada por microscopia eletrônica de varredura (MEV). A extração apresentou 1,79% em base seca de biopolímero, sendo sua caracterização morfológica amorfa, esponjosa e com adesão de partículas menores à superfície das partículas maiores, indicando um material higroscópico, similar a biopolímeros já utilizados para o tratamento de água.

Introdução

Em consequência do crescimento agrícola e da industrialização, há uma necessidade crescente de recursos hídricos. Atualmente, a água é captada para duas finalidades (abastecimento e processo industrial) após sua utilização é descartada, retornando muitas vezes à sua fonte de origem, e dessa forma, podendo ser novamente coleta. Toda essa visão ambiental vem motivando a elaboração de modelos inovadores de uso e gestão. Dentro dessas inovações se encontram os tratamentos tanto para tratamento de águas superficiais como para efluentes industriais.

Um processo integrado de tratamento muito utilizado para água potável é coagulação/floculação, no qual há a remoção de substâncias coloidais que estão relacionadas com a cor e a turbidez – sólidos dissolvidos e suspensos, respectivamente (DI BERNARDO; CARVALHO; SCALIZE, 1999; DI BERNARDO; BRANDÃO; HELLER, 1999).

Vários coagulantes/floculantes são conhecidos e utilizados em tratamentos de águas superficiais para a produção de água potável, sendo o sulfato de alumínio, a substância mais amplamente utilizada para o processo de coagulação/floculação, devido a formação significativa de flocos, seu custo relativo e facilidade de manuseio (HUANG; CHEN; PAN, 2000).

Atualmente, há trabalhos com o uso de coagulantes e/ou auxiliares de coagulação de origem orgânica com base de tanino ou mucilaginosas, constituídos a base de polissacarídeos, proteínas e principalmente, os amidos, como, farinha de mandioca, araruta e fécula de batata (DI BERNARDO, 1993); amido modificado com taninos em gel (MORISADA et al., 2011); plantas, tais como: o quiabo (Abelmoschus esculentus), a mutamba (Guazuma ulmifolia) e o cacau (Theobroma cacau) (SANTOS; LIMA; SOUZA,1995), quebracho (Schinopsis balansae) e mimosa (Acacia mearnsii) (ŞENGIL; ÖZACAR, 2008; YURTSEVER; ŞENGIL, 2009; BELTRÁN-HEREDIA; SÁNCHEZ-MARTÍN; GÓMEZ-MUÑOZ, 2010) e moringa (Moringa oleífera) (SÁNCHEZ-MARTÍN; BELTRÁN-HEREDIA; SOLERA-HERNÁNDEZ, 2010). Dessa forma, é proposto o estudo de extrações da mucilagem da Pereskia aculeata Miller, avaliando o rendimento e a caracterização morfológica para uma possível aplicação no processo de tratamento de água.

Autores: Raquel Dalla Costa da Rocha; Alexssandro Lucca e Wendell Da Silva Santos.

ÚLTIMOS ARTIGOS: