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Modelo de gestão operacional em ETAs

Resumo

A saneamento de Goiás S.A. atua em 224 munícipios e opera 193 ETAs – Estações de Tratamento de Água. Observa-se que, em razão das crescentes demandas, as ETAs são submetidas a um regime e rotina operacional que muitas das vezes, terminam por dificultar intervenções para as melhorias operacionais necessárias. Dessa forma, é imperioso otimizar o desempenho operacional das ETAs e de consequência, postegar ampliações que demandariam somas vultuosas de recursos. Esse trabalho pretende demonstrar como foi a implantação de um modelo de gestão operacional em cinco ETAs e resultados obtidos. O modelo de gestão proposto envolve a investigação das causas das eventuais não conformidades, mapeamento e gestão dos processos, implantação de novas metodologias, identificação de alternativas de inovação tecnológica e análise dos indicadores, na busca de melhorar e desempenho dos processos em todas as etapas do tratamento. Espera-se que com o desenvolvimento das ações e a consequente análise dos resultados possamos obter melhorias contínuas dos processos aumento da eficiência dos sistemas de tratamento, a garantia sa qualidade da água produzida e otimização da gestão dos recursos.

Introdução

A implantação de um Modelo de Gestão Operacional em, que inclui a observância dos requisitos da NBR ISO 9001:2015, melhorias operacionais e inovação tecnológica, visando garantir a qualidade da água produzida e de consequência, o atendimento aos requisitos legais e dos clientes.

Os Sistemas Produtores devem operar sob condições tais, que permitam a produção de água tratada que atenda aos Requisitos Legais e do Cliente, observando os impactos ambientais e mitigando os riscos, dessa forma pode-se constatar que a implementação da ISO, por si só, não assegura a adequada gestão do sistema operacional.

Os serviços de saneamento são fortemente regulados, exigindo a gestão e controle da qualidade do produto cada vez mais rigorosos. Nesse sentido, é cada vez mais intensificada a vigilância sobre as atividades realizadas, obrigando os prestadores de serviço a melhorar continuamente os seus processos, com destaque para a produção da água tratada, por representar riscos à saúde.

Há uma grande estrutura normativa à qual a empresa de saneamento é subordinada, exigindo o cumprimento de Resoluções do Conama, Portaria do Ministério da Saúde, Código do Consumidor, dentre outras, Leis Estaduais e Federais.

Vale ressaltar nesse contexto, a Lei 11.445 de janeiro de 2007 que além de estabelecer a Política Nacional de Saneamento, veio normatizar, de maneira muito mais rigorosa, as regras da prestação de serviços de saneamento, obrigando os prestadores a cumprirem um Contrato de Programa, o qual só será possível com um forte planejamento.

A estrutura montada para atendimento à legislação pode ser abalada na operação dos sistemas, tornando-se primordial um trabalho voltado para as ETAs – Estações de Tratamento de Água, nas quais acontecem as ações que propiciam a obtenção do produto que atenda às especificações legais.

Assim, as ações de controle de qualidade da água para consumo humano, cujo monitoramento é mais do que uma obrigação, representa proteção à saúde pública, por si só, não é suficiente e a tendência é avançar no sentido de estruturar os processos produtivos visando a desenvolvê-los com segurança tal, que garanta a qualidade da água produzida.

Portanto, a implementação de um Sistema de Gestão Operacional, com ferramentas de controle, ações preventivas e corretivas, melhorias contínuas, análise crítica dos resultados, mapeamento dos riscos, é a alternativa para garantir a produção da água dentro dos parâmetros de qualidade legalmente estabelecidos, além de ser compatível com a concepção do Plano de Segurança da Água, recomendado pela Organização Mundial de Saúde – OMS.

Autores: Maura Francisca da Silva e Leda Lúcia Teixeira Portela.

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