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Filtração em manta geossintética em sistema de lodos ativados de fluxo intermitente

Resumo

O presente trabalho avaliou o desempenho comparativamente de quatro reatores de lodos ativados de fluxo intermitente em escala piloto, com volume útil de 85 l, sendo dois reatores com idade do lodo θc de 25dias (SB1 e SM1) e os demais com θc de 40 dias (SB2 e SM2), foram avaliados também a utilização de filtros proporcionados por manta geossintética denominado de Módulo de Filtração (SM1 e SM2) aos quais foram comparados com dois reatores convencionais (SB1 e SB2) para tratamento de esgoto sanitário. A manta geossintética utilizada foi combinada com dois materiais na função de espaçadores, sendo eles: tela antiderrapante feita em poliéster com revestimento em PVC (Módulos de Filtração 1 e 2) e geomanta tridimensional fabricada em filamentos de polipropileno termosoldados (Módulos de Filtração 3 e 4). Os Módulos de Filtração 1 e 2 foram operados por 56 dias, e os Módulos de Filtração 3 e 4 foram operados por 50 dias, todos até a colmatação. Após a operação o Módulo de Filtração 1 reteve 98g de sólidos e o Módulo 2 reteve 96 g de sólidos os Módulos 3 e 4 retiveram 649,2g e 575,6g de sólidos respectivamente. Foi possível verificar que o espaçador influencia na retenção de sólidos e consequentemente, na clarificação do efluente e qualidade final.

Introdução

O crescimento populacional e o desenvolvimento da sociedade ao logo dos anos, bem como os recursos hídricos limitados torna a compreensão da relação existente entre os serviços de saneamento básico e saúde pública uma das principais etapas do desenvolvimento para o planejamento de sistemas de esgotamento sanitário. Um dos processos biológicos de tratamento de esgoto que pode ser facilmente modificados para compensar eventuais alterações das condições do processo e as características do afluente com o objetivo do tratamento são os reatores de fluxo intermitentes eles se destacam ainda por sua maior flexibilidade operacional. Entretanto, tais os reatores, podem ser considerada hoje pouco eficiente, se comparada à clarificação obtida por meio da filtração em membranas. Nesse sentido, tem-se observado em pesquisas recentes uma melhoria significativa na qualidade do efluente final quando os reatores intermitentes operam associados à tecnologia de membranas filtrantes, usualmente de micro ou ultrafiltração. Dessa associação, surgem então os modernos biorreatores à membrana em batelada sequencial, nos quais a separação entre a biomassa e o efluente tratado é realizada través do processo de filtração, que dispensa a necessidade da etapa de sedimentação e reduz o tempo de ciclo do reator (BELLI, 2015).

Apesar da ótima eficiência do processo, o biorreator à membrana apresenta um alto custo de operação, principalmente ao custo do das membranas filtrantes. Uma das alternativas que vem sendo pesquisadas recentemente é a utilização de materiais filtrantes de baixo custo como alternativas à membrana convencional (REN et al, .2010, LI et al 2011, POOSTCHI et al, 2012, e ZHAO et al 2013). Estes estudos focaram diferentes tipos de materiais empregados como alternativas aos módulos de ultrafiltração e identificaram sua viabilidade para o tratamento de efluentes sanitários e evidenciaram a necessidade de aprofundamento de pesquisas nesta área.

Os geossintéticos, de acordo com Hutten (2007), são as mantas constituídas por estruturas de fibra aleatórias, geralmente na forma de folhas, e por sobreposição que criam múltiplos poros conectados. Por este motivo, têm sido utilizados para tratamento de águas residuárias durante anos, em primeiro lugar como bags no lugar de fossas sépticas, depois como sistemas de contato, reatores de biofilme com fluxo horizontal, e filtros. Devido às suas propriedades particulares (alta porosidade, permeabilidade, baixo peso e durabilidade), geotêxteis convencionais podem ser utilizados em leitos de filtros.

Dessa forma, o escopo do presente trabalho foi avaliar os desempenhos comparativamente de dois sistemas. O primeiro sistema foi constituído de dois reatores de lodos ativados de fluxo intermitente em escala piloto utilizado como controle e o segundo sistema também com dois reatores com módulos de filtração proporcionados por mantas geotêxteis na remoção de matéria orgânica no tratamento do esgoto sanitário.

Autores: Oder Luiz de Sousa Junior; Carlos Gomes da Nave Mendes; Amanda Rodrigues Inácio e Katlyn Dias da Silva.

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