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Impactos dos esgotos sanitários urbanos no manancial hídrico de municípios de pequeno porte

Resumo

A precariedade do tratamento dos esgotos sanitários no país, principalmente em pequenos municípios, aliado à falta de recursos financeiros, necessitam apoio tecnológico e científico, sendo motivo de preocupação e atenção. O objetivo geral deste trabalho é avaliar o impacto gerado pelos esgotos sanitários urbanos no manancial hídrico do município de Feliz/RS, município brasileiro de pequeno porte. Para a elaboração deste trabalho foi necessário realizar o diagnóstico do sistema de tratamento de esgotos sanitários na área urbana do município; avaliar o impacto gerado pelos esgotos sanitários urbanos no manancial hídrico que banha o município, comparando-o limites estabelecidos na Resolução 357/05 do CONAMA (BRASIL, 2005), legislação que trata sobre as águas superficiais. A estratégia de pesquisa adotada neste trabalho foi a pesquisa construtiva cuja metodologia foi dividida em duas etapas: A) delimitação da área geográfica e análise documental; B) levantamento quantitativo de domicílios, por bairro, e coleta de amostras de água em três pontos do manancial que banha o município de Feliz. Os parâmetros medidos em campo e os dados analisados em laboratório foram comparados com os padrões exigidos pela legislação que dispõe sobre a classificação de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento. Os resultados mostraram que a região urbana do município de Feliz apresenta inexpressivos índices de tratamento de esgotos domésticos. Os esgotos lançados sem tratamento, provenientes das redes pluviais, são os principais poluentes do rio, na área urbana.

Introdução

O crescimento populacional e o êxodo rural aliados à falta de investimentos na área do saneamento têm sido causas frequentes da insalubridade e contaminação do ambiente, trazendo como consequência a alta mortalidade infantil nas classes sociais menos favorecidas dos países em desenvolvimento. Calcula-se que 86% das águas servidas das regiões urbanas da América Latina e Caribe, e 65% da Ásia são lançadas nos lagos, rios e mares sem qualquer tipo de tratamento (SAMUEL, 2004).

O Brasil não difere desta realidade. A falta de saneamento, além de prejudicar a saúde da população, eleva os gastos com a saúde pública através do tratamento das vítimas de doenças causadas pela falta de tratamento adequado da água, dos esgotos sanitários e dos resíduos sólidos urbanos e industriais.

Como resultado, a água de beber já perdeu a sua característica de recurso renovável nas regiões mais densamente povoadas no Brasil, exatamente onde está se faz mais necessária, à medida que os processos pouco estruturados de urbanização, industrialização e de produção agrícola, com uso desordenado de insumos químicos diversos são estimulados, consentidos ou tolerados. No meio urbano este quadro está sensivelmente associado ao lançamento de mais de 90% dos esgotos domésticos e de cerca de 70% dos efluentes industriais não tratados nos rios, o que tem gerado a degradação dos mananciais disponíveis de água de beber, em níveis nunca imaginados (REBOUÇAS, 1999).

O objetivo deste trabalho é avaliar o impacto gerado pelos esgotos sanitários urbanos no manancial hídrico do município de Feliz.

Autor: Paulo Robinson da Silva Samuel.

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