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Avaliação da eficiência de lagoas aplicadas ao tratamento de efluentes sanitários após remoção de lodo (estudo de caso)

Resumo

Muitos sistemas de tratamento de esgotos domésticos do Brasil foram projetados e construídos para operar por meio de lagoas de estabilização, devido principalmente à baixa complexidade de operação e baixo custo de manutenção. O desenvolvimento urbano e o crescimento populacional proporcionam um aumento considerável de geração de efluentes e, consequentemente, de geração de lodo, comprometendo diretamente a eficiência do tratamento. Aliado à falta de manutenção dos sistemas e à deficiência de tecnologias desenvolvidas, o acúmulo de lodo em lagoas de estabilização tornou-se um problema, sendo realizado, na maioria das vezes, apenas quando a saturação resulta em carreamento de lodo, junto ao efluente tratado. Neste contexto, torna-se imprescindível a manutenção desses sistemas de tratamento, como forma de garantir a qualidade do efluente tratado. Desta maneira, este trabalho apresenta as metodologias utilizadas e os resultados alcançados antes e após a manutenção de uma estação de tratamento de esgotos domésticas, do tipo lagoas de estabilização. Os estudos realizados nessa estação resultaram em uma melhoria da qualidade do tratamento dos efluentes antes de seu lançamento no corpo receptor.

Introdução

A demanda quantitativa por recursos hídricos para o abastecimento urbano e industrial é crescente. Como consequência da utilização da água, há a geração de efluentes caracterizados de acordo com as atividades desenvolvidas. O tratamento e destinação adequados desses efluentes constituem etapas fundamentais para o contínuo atendimento da população de forma sustentável. A qualidade do efluente lançado está diretamente relacionada com a qualidade da água captada, assim como a sobrevivência dos corpos hídricos e ecossistemas envolvidos (YAAKOB et al., 2011).

Nesse sentido, as Estações de Tratamento de Efluente (ETE) são projetadas para promover a remoção das cargas poluentes presentes nos diversos tipos de efluentes por meio de processos físicos, químicos e/ou biológicos, atendendo aos padrões de qualidade estabelecidos pelos órgãos ambientais responsáveis e minimizando os impactos ambientais (ELLER, 2013).

Dentre as inúmeras tecnologias aplicadas ao tratamento de esgoto sanitário, tradicionalmente utilizadas, encontram-se os filtros biológicos, lagoas de estabilização, lagoas de alta taxa, sistemas de lodos ativados, entre outros (GIACOBBO, 2011). Na escolha destas tecnologias elege-se como critério de seleção fatores como: área disponível, custos de implantação, eficiência necessária, utilização de equipamentos eletromecânicos, consumo de energia, sofisticação de implantação e operação e necessidade de mão de obra especializada.

As lagoas de estabilização constituem uma das alternativas mais usuais, com satisfatório custo-benefício, baixa complexidade de operação e baixo custo de manutenção, quando comparadas às outras tecnologias. Ainda que essa opção exija considerável área disponível, de forma geral, é bastante indicada para as condições climáticas brasileiras (PIMPÃO, 2011). O tratamento de efluentes por lagoas de estabilização ocorre por meio de processos naturais, envolvendo principalmente bactérias e algas, podendo ocorrer através de três zonas denominadas: anaeróbia, aeróbia e facultativa (FRANÇA, 2010). Estes sistemas permitem diferentes níveis de simplicidade operacional e diversas variantes, como requisito de área, por exemplo. A Figura 1 mostra o esquema do funcionamento do sistema integrado entre bactérias e algas em lagoas de estabilização.

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Autores: Yasmine Westphal Benedet; Patrick Ikaru Ferraz Suzuki; Nattália Tose Lopes e Sara Cristina Silva.

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