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Controle operacional dos sistemas de abastecimento de água através de módulo ERP – Cagece

Resumo

Diante da necessidade da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (CAGECE) de repassar informações referentes aos Sistemas de Abastecimentos de Água (SAAs) a clientes internos (próprias gerências) e clientes externos (usuários, agências reguladoras, certificadoras e outras) de forma rápida, precisa e consistente foi desenvolvido o módulo Controle Operacional de Água (COA) num sistema que integra todos os dados e processos de uma organização utilizando de uma única base de dados – ERP. Logo, este trabalho tem como objetivo apresentar esse módulo utilizado para controle de dados operacionais dos SAA da CAGECE, que atende tanto a parte de informação da infraestrutura dos SAAs, como também o controle operacional dos volumes, tempo de operação, consumo dos produtos químicos, controle de qualidade do sistema produtor e ocorrências operacionais. Os resultados obtidos na utilização desse módulo trouxe diversos fatores positivos para a empresa, como utilização de plataforma em sistema de gestão único, padronização dos processos, celeridade nas informações, disponibilização de relatórios mais dinâmicos e com informações mais precisas, satisfazendo assim os seus usuários e os clientes que necessitam das informações operacionais da Companhia.

Introdução

Na década de 90 as empresas sofreram fortes pressões, obrigando-as a buscar novas alternativas para reduzir custos e diferenciar seus produtos e serviços. Esse fenômeno resultou no surgimento e expressivo crescimento dos sistemas ERP’s no mercado de soluções corporativas de informática (JESUS; OLIVEIRA, 2007).

De acordo com Cardoso e Souza (2001), os sistemas ERP surgiram a partir de uma evolução dos sistemas MRP II (Manufacturing Resources Planning, ou Planejamento dos Recursos de Manufatura), justamente quando passaram a englobar outros aspectos da organização, além daqueles inerentes ao processo produtivo.

O ERP (Enterprise Resource Planning, ou Planejamento dos Recursos da Empresa) é uma plataforma de software desenvolvida para integrar os diversos departamentos de uma empresa, possibilitando a automação e armazenamento de todas as informações do negócio. Atua como o cérebro dos negócios eletrônicos, uma arquitetura de transações que liga todas as funções de uma empresa, por exemplo, de processamento de pedido de vendas; controle e gerenciamento de estoque, planejamento de produção, distribuição e finanças. ( DELOITTE CONSULTING, 1998).

A fim de atender às necessidades da Empresa prestadora de serviços de saneamento básico bem como de seus clientes, o Sistema ERP foi desenvolvido para melhorar o repasse das informações pois, segundo Art.36 do Decreto nº 7.217 de 21 de junho de 2010, são assegurados aos usuários de serviços públicos de saneamento básico, nos termos de normas legais, regulamentares e contratuais o acesso a informações sobre os serviços prestados.

Segundo Neves Filho (2011), os sistemas ERP são importantes para as corporações, pois apresentam uma maior confiabilidade dos dados, facilitam na tomada de decisões, agilizam processos e a troca de documentos dentro da própria empresa, sem mencionar a redução de retrabalho.

Conforme Stamfor (2000), os sistemas ERP solucionaram o problema de fragmentação da informação ao agregar, em um só sistema integrado, funcionalidades que possibilitam um fluxo de informações único, contínuo e consistente por toda a empresa sob uma única base de dados.

Os sistemas ERP abrangem uma enorme gama de funcionalidades e processos empresariais, que variam em amplitude (número de atividades e processos contemplados pelo sistema) e em profundidade (grau de especificidade e flexibilidade com que trata um processo determinado) (ZIMATH, 2007).

Para Souza (2000) a etapa de implementação é definida como: “`[…] o processo pelo qual os módulos do sistema são colocados em funcionamento em uma empresa”.

Logo, o módulo Controle Operacional de Água (COA) tem como objetivo conter as informações operacionais de todos os Sistemas de Abastecimento de Água operados pela CAGECE fazendo a interligação com outros módulos do ERP Operacional, como GE (Gerenciamento de energia), GM (Gerenciamento de Manutenção), GL (Gestão Laboratorial – Novo Weblab), COO (Ocorrências Operacionais) e outros sistemas constantes na Companhia.

O COA possibilita a crítica dos dados digitados de forma a garantir a confiabilidade da informação inserida. Além disto, o Módulo permite a geração de relatórios de forma a atender clientes internos, externos e de demonstração da situação operacional dos SAAs que subsidiem as informações para projetos de melhoria dentre outros.

A base dos dados alimentados no Módulo COA parte das fichas de registro preenchidas diariamente pelos Operadores das Estações de Tratamento de Água, que são digitadas pelos responsáveis pelo gerenciamento do SAAs da sua respectiva localidade. Estas informações são validadas pelos Supervisores da operação e verificadas e disponibilizadas aos clientes internos e externos pela Gerência de Desenvolvimento Operacional da CAGECE.

Para Rocha e Brochado (2004), “na grande maioria dos casos, pode-se perceber que os sistemas ERP trazem a possibilidade de ganhos muito grandes e reais de eficiência empresarial, pelo controle que proporcionam e pela sincronização das atividades que obrigam seu melhor planejamento”.

De acordo com Seldin et al. (2003), a adoção de um sistema integrado facilita o acompanhamento dos indicadores de desempenho da empresa, agiliza as estruturas de suporte para clientes e membros da organização, auxilia na identificação de problemas com produtos e sistemas de produção e na percepção de oportunidades e ameaças.

Autores: Keyle Alves Freitas; Larissa Sousa Silvino; Ana Carolina de Carvalho; Anderson de Oliveira Lima e Raquel dos Santos Almeida.

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