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Importância do controle do teor de alumínio nos coagulantes férricos utilizados no tratamento de água

Resumo

Para produção dos coagulantes férricos podem ser utilizadas diversas fontes de ferro, dentre elas estão a hematita, a limonita e a magnetita, cujas jazidas apresentam diferentes teores de alumínio em sua composição. No processo de extração do ferro, o alumínio também é lixiviado passando a constituir um importante contaminante em todos os coagulantes produzidos a partir destas matérias primas. Ao utilizar estes produtos, serão encontrados teores residuais de alumínio na água tratada, o que pode estar associado ao desenvolvimento de doenças neurológicas. Diante disso, este estudo apresentou o ensaio de coagulação com cloreto férrico em pH alcalino, com o intuito de alertar a necessidade de controlar o teor de alumínio como impureza neste coagulante, uma vez que nesta condição de pH o alumínio contamina a água final do processo.

Introdução 

Para produção dos coagulantes férricos podem ser utilizadas diversas fontes de ferro, dentre elas estão a hematita, a limonita e a magnetita, cujas jazidas apresentam diferentes teores de alumínio em sua composição. No processo de extração do ferro, o alumínio também é lixiviado passando a constituir um importante contaminante em todos os coagulantes produzidos a partir destas matérias primas.

A vantagem de utilizar coagulantes férricos no processo de tratamento de água decorre da faixa de valores de pH na qual pode ocorrer a coagulação, que é de 6,5 a 10, permitindo operar a estação de tratamento em meio alcalino, possibilitando a remoção de cromo e manganês, por exemplo. Em contrapartida, este estudo mostra que para valores de pH acima de 8,0, o alumínio deixa de coagular e passa a contaminar a água tratada.

O problema é que esta contaminação residual de alumínio na água de consumo humano tem sido objeto de inúmeros estudos científicos, uma vez que pode estar associada a diversas doenças do foro neurológico. O alumínio tem sido frequentemente associado à etiologia ou patogenese da doença de Alzheimer, não sendo, no entanto, ainda possível referi-lo como elemento causal da doença.

É importante salientar que qualquer produto utilizado no tratamento da água deve promover a sua potabilidade incondicionalmente, sem que haja risco de transferência de qualquer contaminante, seja no processo produtivo, ou por estar contido em seus insumos e que possam ser transferidos para a água final. (2) Portanto, é de suma importância conhecer todo o processo produtivo, desde seus principais e mais importantes insumos, controles de qualidade, assim como todos os equipamentos utilizados para sua fabricação. É necessário ter garantias de que o produto químico fornecido atende ás especificações técnicas e não produzirão nenhum dano á saúde da população atendida, quando aplicado no tratamento de água, o que nos é permitido acertada e oportunamente pelo inciso II do artigo 30 da Lei 8.666/1993 e inciso VII do artigo 4 da Lei 10.520/2002. (3-4).

Esta avaliação dos produtos químicos está contemplada no artigo 13 da Portaria de Potabilidade 2914/11, a qual torna compulsório o cumprimento da norma ABNT NBR 15784. Segundo esta, o produto químico não pode introduzir na água nenhuma impureza que exceda 10 % do valor máximo permitido em relação à concentração na água de consumo humano.

Com base nas informações apresentadas, constata-se que o monitoramento do teor de alumínio nos coagulantes férricos é de suma importância uma vez que o teor deste contaminante definirá a faixa de valores de pH na qual o processo poderá ser operado, de forma a evitar a contaminação da água produzida.

Diante do exposto, este estudo teve por objetivo apresentar o ensaio de coagulação com cloreto férrico na faixa de valores de pH entre 6,5 e 10, com o intuito de alertar a necessidade de controlar o teor de alumínio como impureza neste coagulante, uma vez que na condição de pH alcalino o alumínio contamina a água final do processo.

Autores: Danielle Polidorio Intima; Mercedino Carneiro Filho

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